Raul Jungmann assumiu o Ministério da Segurança Pública com discurso de início de governo, mas com pouquíssimo tempo para colocar em pé uma política nacional de combate às organizações criminosas. Sem um desenho claro do que o governo federal conseguirá fazer até o final do ano, a reunião de amanhã com os governadores será mais simbólica do que prática. Os representantes dos Estados chegam com a pauta cheia. No caso de Santa Catarina, o governador Eduardo Pinho Moreira, vai precisar de investimentos em presídios e reforço nas fronteiras. Dentro dos limites do teto de gastos, no entanto, o que será possível? Jungmann tem toda a razão quando reconhece a urgência de um plano integrado de segurança, quando destaca a importância de se contemplar também os municípios nas políticas públicas e na defesa de recursos carimbados para o setor. O desafio dele, que anunciou que deixa a política para se dedicar ao ministério, é conseguir entregar algum avanço.
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Conflitos
Chamou a atenção dos políticos que estavam na posse do ministro Raul Jungmann a ausência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na cerimônia no Planalto. Na agenda oficial de Maia havia uma reunião com o procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Marfran Martins Vieira, na residência oficial. A assessoria confirmou à coluna que ele não foi porque houve “conflito de agenda”.
Arrastado
O julgamento da ação contra o ex-deputado federal João Alberto Pizzolatti Júnior (PP-SC) na 2º turma do Supremo Tribunal Federal (STF) foi mais uma vez adiado. O processo do PP se arrasta sem uma definição. O curioso é que no início da sessão, os ministros reclamaram que há muitas cobranças sobre a morosidade do Supremo nos casos da Lava-Jato. Consideram injustiça.
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Renegociação
A Comissão Externa sobre o Endividamento Agrícola da Câmara dos Deputados já solicitou ao Palácio do Planalto a criação de um grupo interministerial para avaliar saídas para grandes, médios e pequenos produtores. Seria algo nos moldes do grupo criado ainda no governo FHC, quando houve uma grande renegociação das dívidas.
Frase
“Bolsonaro simboliza o autoritarismo que cresce em função da violência. Ele aparece como força que quer ordem, mas não tem pensamento liberal, não sei se até tem pensamento.” Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), dando o tom da campanha ao se referir ao candidato à presidência Jair Bolsonaro.