O presidente Jair Bolsonaro poderia aproveitar a confusão no Ministério da Educação para começar tudo de novo. Para a pasta, os primeiros meses do ano já estão perdidos, mesmo. Até agora, não houve qualquer exposição sobre os planos do governo para as mudanças no ensino médio, a implantação do programa de alfabetização prometido ou projeto claro para as universidades federais. O Conselho Nacional de Educação ainda aguarda definições para levar adiante seu próprio cronograma para o ano. O ministro Ricardo Vélez mostra clara dificuldade em liderar uma pasta tão complexa. Em uma semana, sete pessoas foram demitidas no MEC. Entre eles, o secretário-executivo da pasta. Em três dias, Vélez anunciou o substituto, voltou atrás após pressões, e na quinta-feira anunciou que o posto seria da professora Iolene Lima, mas até agora ela não foi nomeada. Por trás do impasse, não estão as forças de esquerda, que tanto assombram o ministro. Grupos conservadores que estão no ministério, divididos entre militares e alunos do filósofo Olavo de Carvalho, se engalfinham por nacos do poder. Enquanto isso, o que deveria ser prioridade para qualquer governo, segue envolto em indecisões e inércia.  

Continua depois da publicidade

Convocado

Enquanto isso, na Comissão de Educação da Câmara já há pelo menos dois pedidos para a convocação do ministro Ricardo Vélez para que ele preste esclarecimentos sobre as ações no MEC. Os requerimentos devem ser analisados na reunião de quarta-feira. 

Reforma da Previdência

Pelo Twitter, o presidente Bolsonaro avisou que possíveis benefícios ou sacrifícios serão divididos entre todos no que diz respeito à previdência dos militares. Chama atenção o fato dele ter afirmado que ainda não recebeu a versão do projeto sobre o tema. Com agenda extensa nos Estados Unidos, Bolsonaro conseguirá analisar o texto a tempo de cumprir o acordo e entregar a proposta ao Congresso na quarta-feira? O relator da reforma só vai ser escolhido após a chegada do projeto dos militares. 

Não está morto

O Palácio do Planalto enviou um experiente emissário para conversar com o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O emedebista está disposto a trocar ideias sobre reforma da Previdência, mas escolhe interlocutor. Renan atribui a derrota na disputa à presidência do Senado a uma manobra do ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) que acabou ajudando na vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP).   

Continua depois da publicidade

Caixa 2

Apesar do Supremo ter decidido que Caixa 2 é de competência da Justiça Eleitoral, o assunto está longe de esfriar. Ontem, manifestantes foram para a frente do STF protestar com cartazes que perguntavam: quem mandou matar a Lava-Jato? Os próprios procuradores da operação fizeram um ato de desagravo no sábado, no qual Deltan Dallagnol afirmou que os integrantes da Força Tarefa vão seguir atuando contra a corrupção, mas que “muito saiu do controle deles”. As alfinetadas seguiram no Twitter dos procuradores, com mensagens de que as decisões precisam ser cumpridas, mas podem se criticadas.