Por Silvana Pires, interina

Bastou uma mensagem no Twitter oficial de Geraldo Alckmin (PSDB) para que a aliança com o centrão, que ainda nem foi oficializada, estremecesse. Pelo menos com um dos partidos integrantes do bloco, o Solidariedade, do deputado Paulinho da Força (SP). Ele não gostou de ler nas redes sociais do tucano de que não há plano de trazer de volta a contribuição sindical. Como sua base é sindical, a confusão estava armada, com direito a ameaça de retirada de apoio e tudo o mais. Uma ligação, um pedido de desculpas e um não era bem isso, acabou resolvendo a situação. Mas o episódio retrata o fisiologismo que move o centrão, bloco formado por DEM, PP, Solidariedade, PR e PRB, e o poder que este tem nas mãos. Alckmin e todos os demais candidatos a presidente da República sabem que quem vencer, irá precisar desse grupo de deputados para governar. E a conta é simples: eles possuem hoje quase um terço dos votos da Câmara. Dificilmente o Planalto aprova algo relevante sem o apoio desses parlamentares. A questão maior é o que será necessário dar em troca para se conseguir governar.

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DISPUTA INTERNA

Integrantes do Centrão tem dito a boca pequena que a reviravolta a favor de Geraldo Alckmin (PSDB) foi uma derrota para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que preferia apoiar Ciro Gomes (PDT-CE). Já um parlamentar do Democratas anda espalhando que ACM Neto (DEM-BA) estaria dizendo que na disputa entre os meninos líderes, o da Bahia derrotou o do Rio.

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DE OLHO

Como o Centrão não costuma dar ponto sem nó, alguns integrantes já veem o episódio como uma demonstração de fragilidade de Rodrigo Maia. O que pode até resultar em um novo nome para concorrer à presidência da Câmara em 2019. Maia vem negociando para se manter a frente da Casa.

VIAGEM PRESIDENCIAL

O presidente Michel Temer está em missão oficial ao México e o Planalto sob o comando, interinamente, da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia. Mais uma vez os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tiveram que deixar o país para não se tornarem inelegíveis. Para tentar reverter isso, o senador Lasier Martins (PSD) apresentou um projeto altera a regra que torna inelegível os parlamentares que substituírem o presidente da República seis meses antes das eleições. Pela proposta, seria permitido assumir a função por até 15 dias.

 

FRASE

“Como posso estar decidida se nunca olhei nos olhos dele? Quero olhar nos olhos deles. Estou indo conhecer. Vamos conversar”

Da advogada Janaína Paschoal sobre a possibilidade de ser candidata a vice na chapa de Bolsonaro. 

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