O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, divulgou nota no final da noite deste domingo (22) para explicar uma mensagem que foi compartilhada também neste domingo no grupo de WhatsApp do MDB. Nela, Marun admite que o governo interferiu na decisão do centrão de não apoiar o candidato do PDT à presidência Ciro Gomes, além de chamá-lo de “débil mental”: 

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— Ajudamos a sua candidatura (Geraldo Alckmin) é verdade, ao vetarmos o apoio do centrão ao débil mental do Ciro Gomes. Este apoio foi para os tucanos, mas isso não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o faz candidato para o agora. 

Na nota, Marun alega que o texto compartilhado retrata posições pessoais que ele quer discutir com os integrantes do MDB e também com o pré-candidato Henrique Meirelles, e que se soubesse que o conteúdo se tornaria público não teria tratado Ciro desta maneira:

—  Um candidato a presidente da República deve ser publicamente tratado com maior respeito.

Leia a íntegra da nota divulgada na noite deste domingo (22): 

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Postei hoje mensagem no grupo de parlamentares do MDB onde faço considerações a respeito da sucessão presidencial. Tratam-se de posições pessoais que quero discutir com o partido e com o nosso candidato. Admito que se soubesse que as mesmas se tornariam públicas não teria utilizado o termo “débil mental” em relação ao Sr Ciro Gomes, por reconhecer que, independentemente de minhas posições pessoais, um candidato a presidente da República deve ser publicamente tratado com maior respeito.

Leia a íntegra do texto compartilhado no WhatsApp dos parlamentares do MDB

Colegas, estive refletindo sobre a situação de nossa pátria e conclui que existem males que veem para bem. Estamos agindo corretamente. A atitude de Alckmin nas denúncias o torna não merecedor do nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura é verdade, ao vetarmos o apoio do Centrão ao débil mental do Ciro Gomes. Este apoio foi para os tucanos, mas isto não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o faz o candidato para o agora.

Temos um ótimo candidato e temos liberdade para estabelecermos um projeto realmente modernizador e que não seja refem das mazelas de um presidencialismo de coalizão que sabemos ter sempre a tendência de transformar-se em um balcão de negócios. Um projeto que vá além da Economia. Somos ou não somos um partido reformista? Se somos, chegou a hora da ousadia. Conclamo os companheiros a apresentarmos a nação um plano realmente arrojado, que dê continuidade às conquistas do nosso Governo Temer. Com coragem de dizer a verdade. Confiantes na vitória, mas sem medo da derrota.

Vamos reafirmar nosso compromisso absoluto com a responsabilidade fiscal.
Vamos assumir o compromisso de fazermos ainda em novembro a Reforma da Previdência. Quanto a política, nós sabemos que ela tem que mudar.
Vamos propor em janeiro uma reforma política que realmente reduza o número de partidos, acabe com a reeleição para o executivo, reduza o número de parlamentares nas casas legislativas da União, Estados e Municípios e redusa proporcionalmente estas despesas. Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o Caixa Dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro.

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Vamos propor uma verdadeira reforma da administração pública com a relativização da estabilidade e com um teto salarial de acesso ao serviço público não superior um terço do teto de saída.
Vamos radicalizar nas privatizações e propor a autonomia do Banco Central
Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criarmos uma Corte Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal.

Vamos propor um Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha controle externo.
Vamos propor medidas que possibilitem um real combate a criminalidade, duras mas realísticas. Vamos ter coragem de dizer que cadeias são hoje universidades do crime. Que lá devem estar os reincidentes e aqueles que representam perigo para s sociedade. Que em relação aos outros tipos de crime temos que propor medidas duras mas alternativas. Que é uma imbecilidade ficarmos sustentando delinquentes em presídios para que eles saiam dali criminosos perigosos.

Vamos deixar claro que existem só Três Poderes na Republica e que eles devem se respeitar.
Vamos manter o Bolsa Família, mas vamos propor um valor mínimo para o atendimento pela saúde pública, mantendo a gratuidade absoluta somente para aqueles que são realmente carentes.
Vamos apoiar a educação criando a obrigatoriedade das TVs concessionárias públicas de apresentarem diariamente das 9 às 11hs e das 14 às 16hs programas educativos produzidos pelo estado.

Vamos…, vamos…, vamos ousar!

Se vencermos, será uma vitória do Brasil. Se isto não acontecer, pelo menos teremos o orgulho de não termos participado da eleição a passeio.

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Coragem MDB e vamos em frente!
CARLOS MARUN