Mariana, Brumadinho e Santa Maria têm, em comum, a marca da tragédia alimentada pela impunidade e pelo descaso. O rompimento das barragens nas cidades mineiras e o incêndio na boate gaúcha poderiam ter sido evitados se o Brasil levasse a sério o rigoroso cumprimento da lei.

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Parece simples, mas quando falta o comprometimento do Executivo, do Legislativo, do Judiciário e do setor privado vira perda de vidas. Tem razão o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao defenderem a responsabilização dos infratores no caso de Brumadinho.

Aliás, Mourão vem se notabilizando como a voz do bom senso dentro do Palácio do Planalto. Ele afirmou que se houve imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da Vale, essa pessoa tem que responder criminalmente. Que esses posicionamentos não fiquem apenas no discurso ou na boa vontade, como no caso de Mariana ou de Santa Maria. 

Provocação 

Experientes e pragmáticos emedebistas comentam que a eleição de Renan Calheiros (MDB-AL) para a presidência do Senado poderia ser até conveniente para o presidente Jair Bolsonaro. Seria péssimo para o país e para a imagem da Casa, mas só Renan teria coragem de proteger Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) de um eventual processo encaminhado ao Conselho de Ética. O Palácio do Planalto já avisou que o presidente não vai se intrometer na disputa. 

Bate na madeira 

Renan Calheiros, aliás, chamou atenção com a mensagem direcionada ao presidente Bolsonaro, publicada na manhã de segunda-feira (28) nas redes sociais. Era um recado de pronta recuperação, mas saiu com jeito de mau agouro: 

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– Estávamos em Brasília na madrugada de 15/03/1985. O Brasil não merecia a tragédia de Tancredo Neves. Agora, eu e Verônica, estamos rezando pela saúde de @jairbolsonaro, certos de que sua recuperação é o melhor para o país. Nos solidarizamos com a família e torcemos por sua saúde. 

Até o fim 

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) não conseguiu se reeleger, mas resolveu ficar no gabinete que ocupa no Senado até o último dia de mandato, atrapalhando a mudança do senador Lasier Martins (PSD-RS).

É tradição entre os parlamentares liberarem as salas com antecedência para facilitar a vida dos colegas. A decisão de Grazziotin também atinge o senador eleito Jorginho Mello (PR-SC), que já está com livros e documentos encaixotados. Ele herdou o gabinete de Lasier, mas precisa esperar.