O ministro Marco Aurélio Mello quis dar uma lição nos colegas Dias Toffoli e Cármen Lúcia, mas foi inconsequente. Ele reclamou que não suporta a manipulação da pauta do Supremo Tribunal Federal e, por isso, decidiu tomar a decisão que libera os presos em segunda instância em todo o país. Não é segredo que ele defende que a prisão só ocorra após o processo ter transitado em julgado. Marco Aurélio deixou claro na fundamentação da liminar que considera inconstitucional a execução antecipada e reforçou seu inconformismo com a manipulação da pauta.

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A questão da prisão em segunda instância não é simples e divide o plenário do STF. Como relator do caso encaminhado pelo PCdoB, ele tinha plenas condições de tomar a decisão que julgasse mais correta. Experiente ministro, no entanto, ele tinha consciência do impacto político da medida, da repercussão às vésperas do recesso do Judiciário e da posse do novo presidente da República. A liminar beneficia centenas de presos, mas tem um endereço: o caso do ex-presidente Lula. É verdade que se a ministra Cármen Lúcia tivesse colocado o tema em pauta, isso já estaria resolvido. Mas Marco Aurélio resolveu lavar a roupa suja em público.

Assim como ele aprecia os fogos de artifício do apartamento onde mora, no Rio,  hoje, ele observa os efeitos da bomba que lançou. Questionado pela coluna sobre a possibilidade de sua decisão ser derrubada respondeu:

— Quem viver verá.


Lasier comemora

O ministro Marco Aurélio também resolveu meter a colher na eleição do Senado e concedeu liminar, atendendo pedido do senador Lasier Martins (PSD-RS), para que a escolha do presidente seja pelo voto aberto. O Senado pode recorrer da decisão. Renan Calheiros (MDB-AL) é um dos que mais perdem com o fim do voto fechado. Lasier, no entanto, tem motivos para comemorar a vitória neste primeiro round.

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Leilão

Ocorre nesta quinta em em São Paulo o leilão de linhas de transmissão de energia da Aneeel. Os maiores lotes do leilão envolvem investimentos em Santa Catarina, onde deverão ser aplicados R$ 2,79 bilhões, e no Rio Grande do Sul, com R$ 2,4 bilhões. No caso das linhas de transmissão em Santa Catarina, as obras devem possibilitar a ampliação da rede e maior qualidade na prestação de serviços à população.
 

 

Frase

Havia manifestações no início do nosso governo, uma manifestação política, que eu até vou sentir muita falta, do 'Fora, Temer', mas eram manifestações políticas, que quando falavam 'Fora, Temer' é porque eu estava dentro. Agora, estarei fora mesmo. – Michel Temer, presidente da República durante reunião ministerial.