O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou ao limite, mas não se entrega. Depois que o presidente da República passou o final de semana desafiando todas as orientações da ciência sobre o comportamento diante do coronavírus, o ministro veio a público para fazer um apelo à população. Mandetta avisa que o país entra na fase mais crítica do covid-19 e que a intensidade da doença dependerá do comportamento das pessoas.
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Na entrevista ao Fantástico, ele teve um comportamento digno de líder. O que sempre irrita profundamente Jair Bolsonaro.
— O cidadão não sabe se ouve o ministro da Saúde ou se ouve o presidente. Precisamos de um discurso unificado – disse.
Quem tem dúvidas disso? Bolsonaro, no entanto, continua defendendo o fim do isolamento social e chegou a dizer que a pandemia está diminuindo. Um comentário que não encontra respaldo nos números.
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O presidente já tomou a decisão de demitir Mandetta, mas diante da falta de condições políticas, ainda não estabeleceu uma data. Com o firme posicionamento do ministro, o jogo de gato e rato precisa chegar ao fim. Ou o presidente deixa Mandetta e sua equipe trabalharem ou assume a responsabilidade de mudar o comando no pior momento da pandemia.
Quatro horas antes da entrevista, Mandetta avisou os seus principais assessores que iria dizer o necessário. Mas consideraram a fala do ministro light. Profissionais da linha de frente já deixaram claro que, se ele sair do governo desembarcarão junto.
Está na hora de Bolsonaro assumir os seus atos. Daqui para frente, o que ocorrer no país dependerá mesmo do comportamento do presidente da República.
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