Símbolo da história da corrupção na política brasileira, Paulo Maluf (PP-SP) só teve o mandato cassado pela Câmara em razão do período eleitoral. Se dependesse do corporativismo dos colegas, o caso dele continuaria no limbo, protegido pela discussão da interferência entre os poderes. Maluf foi condenado por lavagem de dinheiro, passou uma temporada preso na Papuda e o Supremo Tribunal Federal decidiu perda automática de mandato porque preso ele não poderia comparecer às sessões. A Câmara, no entanto, adiou ao máximo a decisão, argumentando que só o plenário poderia analisar a cassação. Mas o processo no Conselho de Ética também não andou. As reuniões sobre o impasse ocorreram na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), até a derradeira decisão. Candidatos à reeleição, os integrantes da Mesa Diretora – incluindo Maia – não quiseram carregar na campanha o peso de proteger Maluf.
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Sem enrolar
Advogados com livre trânsito no Tribunal Superior Eleitoral acreditam que a decisão final sobre o registro da candidatura de Lula não passa da primeira semana de setembro. A campanha de rádio e TV começa no dia 31 de agosto, mas há preocupação em garantir um processo sem atropelos.
Nem morto
Candidatos do pelotão de frente olharam com lupa um índice importante da pesquisa DataFolha: o da rejeição. A pergunta é em quem o eleitor não votaria de jeito algum. Neste caso, Bolsonaro tem 39% e Lula 34%.
Frase
Temos multas, temos até cassação de diplomas e uma previsão muito expressa no artigo 222 do Código Eleitoral, no sentido de que se houver a comprovação de que uma candidatura se calcou preponderantemente em fake news, essa candidatura pode ser anulada.
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Luiz Fux
Ministro do STF alertando que disseminar notícias falsas pode anular uma candidatura.
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