Não é o desmembramento do Ministério da Justiça e a criação da pasta da Segurança que vão resolver o problema da criminalidade no país. Se a lógica fosse esta, o governo de Michel Temer teria sido um sucesso nesta área.
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Quando um presidente coloca de pé um novo ministério é porque ele quer contemplar um aliado político ou enfraquecer um desafeto. Neste caso, é quase isso.
Pressionado pela bancada da bala, Bolsonaro entregaria o Ministério da Segurança para o fiel amigo Alberto Fraga, ex-deputado do DEM. Além disso, desidrataria politicamente o ministro mais badalado da Esplanada, o ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro.
Sem a área da segurança, Moro perderia seus principais projetos. O controle, por exemplo, da Polícia Federal, ficaria na nova estrutura. Mas ainda não há nada definido.
Bolsonaro gosta da ideia, mas ainda está testando os efeitos do anúncio junto aos seus grupos nas redes sociais. Se colar, vai em frente. Uma reação mais firme da turma "lavajatista" a favor de Moro, pode fazer o presidente recuar.
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Uma saída honrosa para Moro seria a indicação para a primeira vaga no STF que aparecer. Isso, no entanto, não é para o curto prazo. Esse não é o primeiro balão que Bolsonaro solta para sentir a reação da militância. Aliás, a estratégia é antiga na Esplanada.
Moro só não demonstra maior indignação, diante do desprestígio que esse tipo de declaração representa, porque ainda não entendeu a dimensão política de sua popularidade.
Regina Duarte e a reverenda
Com a escolha da reverenda Jane Silva para o cargo de secretária-adjunta da Cultura, Regina Duarte dá indicativos de que não pretende fazer mudanças profundas na pasta. Em suas redes sociais, Jane já afirmou que o ex-secretário Roberto Alvim (aquele da mensagem nazista) iria “limpar a imagem do Brasil no exterior”.
A decisão de Regina também é um agrado a bancada evangélica do Congresso. Enquanto a eterna namoradinha do Brasil não confirma o sim a Bolsonaro, Jane comandará interinamente a Cultura.
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Bens apreendidos
Plataforma criada pelo Ministério da Justiça pretende evitar a depreciação de bens apreendidos do tráfico de drogas. Com o Projeto Check In, policiais poderão informar em tempo real o patrimônio recolhido em operações.
O objetivo da ferramenta é agilizar a venda dos bens antes do trânsito em julgado de processo judicial, procedimento autorizado por meio de medida provisória.