Solto, o ex-presidente Lula poderá servir mais a Jair Bolsonaro do que preso. Como o presidente da República se alimenta da polarização extrema e do antipetismo, poderá reforçar a sua posição como mito dos conservadores, dependendo da estratégia política a ser adotada pelo ex-presidente petista.  

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Como a economia ainda não deslanchou, os índices de desemprego continuam em alta e os grandes investimentos, tímidos, Bolsonaro teria na batalha ideológica, mais uma vez, a grande âncora para 2022.  

Atrás das grades desde abril de 2018, Lula mantém a aura de único líder nacional das esquerdas. Fora da prisão, resgatará as famosas caravanas, testando o próprio poder de aglutinação. A falta de protagonismo dos partidos de oposição no Congresso é a prova de que esses parlamentares estão sem rumo e sem bandeira. Sem encontrar respostas às novas tecnologias e o impacto no mercado de trabalho, muitos de abraçam a discursos que só faziam sentido nos anos 80.  

Na votação mais importante do ano, a reforma da Previdência, o destaque ficou por conta de jovens parlamentares com posições sintonizadas com as questões sociais e com a ideia de equilíbrio fiscal, como a deputada Tabata Amaral (PDT-SP).  

Nas ruas, será interessante observar se Lula vai tentar viabilizar um autêntico sucessor ou manter o culto à própria figura. O certo é que a esquerda recebe uma injeção de ânimo que há muito não tinha e, por consequência, o bolsonarismo vai radicalizar. 

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