Não deu certo a estratégia da Presidência da República para abafar os efeitos da sanção da lei anticrime sem o veto ao juiz de garantias. Consciente do potencial explosivo da decisão, assessores de Jair Bolsonaro o aconselharam a publicar o texto em edição extra do Diário Oficial, na véspera de Natal.

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A grande questão por trás do mal-estar entre os próprios aliados do presidente é a discordância entre ele e Sergio Moro, fiador do governo na bandeira de combate à corrupção. O contraponto explícito deu um nó na cabeça de eleitores-fãs da dupla.

Desta vez, o ministro da Justiça escancarou o descontentamento, assim como assessores da pasta. Questionados, técnicos reconheceram que a medida poderá afetar o caso Flávio Bolsonaro.

Uma das justificativas de quem defende a figura do juiz de garantias é a de que a novidade poderá evitar abusos ao longo do processo. O próprio Bolsonaro já reclamou do juiz linha dura que conduz o caso das rachadinhas no Rio.

Nas redes sociais, grupos mais fiéis ao presidente apresentam, porém, diferentes narrativas para a medida: há aqueles que criticam o ministro da Advocacia-Geral da União, André Luiz Mendonça, reclamando que o presidente está mal assessorado. No entanto, quem acompanha a rotina do Palácio do Planalto sabe que Bolsonaro só faz o que quer, para o bem ou para o mal.

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Bolsonaro aposta no 13

Para afastar qualquer boataria sobre sua saúde, Bolsonaro deu um giro por Brasília um dia após o Natal. Com os números 13, 24 e 25 anotados, ele apostou na Mega-Sena da virada em uma lotérica no Cruzeiro Velho.

Em seguida, visitou pontos do setor militar, como o Clube do Exército e o Centro de Inteligência. Na segunda-feira (23), o presidente sofreu um acidente doméstico: caiu no banheiro e bateu a cabeça. Os médicos recomendaram repouso.

Filhos

Para dar sinais de que termina o ano bem atuante, apesar dos ataques, a Lava-Jato tomou mais uma decisão que atinge em cheio o PT. A Polícia Federal indiciou Lula e Palocci no caso que envolve doações da Odebrecht ao Instituto Lula. No mesmo relatório, foi apontado superfaturamento de contratos do filho do ex-presidente com o instituto.