As principais lideranças do PP estão enroladas até o pescoço da Lava-Jato e isso causa, sim, constrangimento para o partido nas eleições deste ano. Em um cenário em que a ética vai pesar nos debates, a única atitude que a legenda tomou na tentativa de mudança até agora foi tirar o partido do nome, virando Progressistas. Ação cosmética e digna de piada.

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Assim como o PT, o PSDB e o PMDB, o PP está contaminado a partir de sua cúpula. Todo poderoso pelos corredores do Congresso, responsável pelo aumento da bancada na janela eleitoral, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI) é mais uma vez alvo da PF. Ele, que já é réu na Lava-Jato, guardava R$ 200 mil em casa e está sendo acusado de obstrução de Justiça. Ex-líder da bancada, Eduardo da Fonte (PE) está no mesmo barco. No partido, ninguém se surpreende que tenham caído em mais uma operação. Já entraram para o folclore interno, quase no mesmo grau de Paulo Maluf (SP).

Então por que continuam mandando tanto? Nogueira é o homem do dinheiro, do financiamento das campanhas. Talvez isso ajude a explicar tanto poder. Mesmo quem nada tem a ver com isso terá de explicar como esses nomes comandam o destino da legenda. 

 

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Sem vergonha

E o país não se espanta mais quando o Congresso começa o dia tomado por policiais federais, vasculhando gabinetes de parlamentares. As desculpas dos enrolados são sempre as mesmas e até os advogados se repetem.

 

Ninho agitado

Às vésperas das eleições, o PSDB vive uma guerra interna. Os escândalos de corrupção que chegam a Geraldo Alckmin alimentam movimentos como o do ex-senador e atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que levanta a bandeira de expulsão de Aécio Neves e substituição de Alckmin. 

 

Escaldado

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pediu vista no processo de cassação do catarinense João Rodrigues (PSD) no Conselho de Ética. Ele tomou a decisão para impedir que o advogado alegue irregularidades no andamento do processo, uma manobra já utilizada por outros deputados enrolados.

— É preferível perder uma semana do que perder dois meses, como já ocorreu em processos anteriores, desabafou à coluna.

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FRASE

“Não penso em concorrer pra nada.”

Newton Ishii, mais conhecido como Japonês da Federal, que assume nesta semana a presidência estadual do PEN, no Paraná.

 

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