Raul Jungmann sabe que tem pouco tempo e dinheiro para tirar do papel um plano de combate ao crime organizado. O governo Michel Temer despertou tarde para essa pauta. Por isso, logo na primeira manifestação à imprensa, o ministro da Segurança Pública já apresentou um pacote de medidas que vão direto ao ponto: promessa de investimento em presídios e concurso para as polícias.

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Neste último caso, duas horas antes do anúncio, ele foi ao ministro Dyogo Oliveira (Planejamento) e obteve licença para a abertura de 500 vagas para a Polícia Federal e mais 500 para a Polícia Rodoviária Federal. É pouco diante da necessidade de efetivo. No caso do sistema prisional, o ministro criticou – com razão – a demora na construção das estruturas. Ele destacou, inclusive, que na maioria das vezes o problema não é falta de repasse de recursos aos Estados, mas excesso de burocracia. Mas haverá auxílio adicional aos Estados? E a falta de agentes penitenciários? Hoje, haverá em Brasília uma reunião com governadores para tratar desses entraves. Do dia para a noite, quando o café do Planalto começava a esfriar, Jungmann virou o principal nome do governo.

Parlatório

Há dois meses, quando ainda estava no Ministério da Defesa, Jungmann procurou o presidente da OAB, Claudio Lamachia, para defender a implantação de parlatórios nos presídios estaduais. Ontem, Jungmann ligou para Lamachia marcando uma nova reunião, para o dia 8 de março.

Contraponto  

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Lamachia disse à coluna que não é contra a implantação dos parlatórios. Mas faz questão de lembrar que a conversa entre o advogado e o cliente é inviolável e reservada, de acordo com a própria Constituição. Essa prática, garantida por lei, só pode ser modificada em caso de ordem judicial.

Sem-teto

Com o badalado apoio de artistas, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, concorrerá à Presidência da República pelo PSOL. O lançamento oficial será em 10 de março, em São Paulo. A ex-deputada Luciana Genro avalia como positiva a aliança, mas alerta que é preciso debater o programa, pois o PSOL não pode se confundir com o PT.

Frase

“Jamais antecipei julgamento. Nem falo sobre política. Não frequento palácios, não troco mensagens amistosas com réus e não vivo para ofender as pessoas.” 

Luís Roberto Barroso, ministro do STF,  ao responder o colega do Supremo Gilmar Mendes que o acusou de falar pelos cotovelos e antecipar julgamento.

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