Raul Jungmann foi a melhor saída caseira que o Planalto poderia arranjar para o Ministério da Segurança Pública. No último ano de governo e sem uma política nacional consolidada, o presidente Michel Temer jamais conseguiria atrair um medalhão para a nova pasta. Na prática, Jungmann já era o responsável pelas ações de segurança. No comando do Ministério da Defesa, esteve à frente das principais operações, servindo também de porta-voz do Planalto sobre o assunto.

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Ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, deputado federal, político experiente, Jungmann sabe que não fará milagre. Então, por que abre mão de ser candidato ao Senado pelo PPS? Primeiramente porque seria uma eleição bem difícil. Além disso, se a intervenção no Rio tiver um sopro de sucesso já é lucro. Aliás, essa é a grande aposta de Temer. Denunciado duas vezes e impopular, ele se agarra com todas as forças na pauta da segurança. Um ministério novo não resolverá o problema. Mas para quem havia negligenciado a segurança pública até agora, ele começa o ano fazendo barulho com duas ações: uma intervenção e um ministério.

Sensato

O novo ministro Raul Jungmann foi presidente da Frente Parlamentar pelo Controle de Armas e já afirmou mais de uma vez que “arma não significa segurança ou mais paz”. A bancada da bala tenta emplacar a votação da flexibilização do Estatuto do Desarmamento.

Conveniências

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Petistas reclamaram nas redes sociais que Jaques Wagner é vítima de perseguição política, porque surgiu como plano B do partido à Presidência da República. Isso explicaria a operação da Polícia Federal. O curioso é que nos bastidores, parlamentares do partido sempre comentaram que Wagner não seria uma boa opção porque “alguma coisa pode estourar”.

Quebra de decoro

O presidente do Conselho de Ética, Elmar Nascimento (DEM-BA), pretende concluir até o recesso da Câmara os processos por quebra de decoro parlamentar contra os deputados João Rodrigues (PSD-SC), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Celso Jacob (PMDB-RJ) e Paulo Maluf (PP-SP). Na reunião marcada para hoje serão escolhidos os relatores de cada processo.

Frase

“No ano passado nós votamos a criação do ministério do ministro Moreira Franco por medida provisória e eu apoiei. Ficaria uma contradição eu ficar contra o instrumento da medida provisória neste caso específico.”

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, que apesar de já ter feito críticas no passado contra o grande número de medidas provisórias editadas no governo Temer defendeu a criação do Ministério da Segurança via MP.

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