Um governo que não se entende. Esse é o retrato da gestão Temer mostrado ontem com a confusão armada sobre quando será votada a reforma da Previdência. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou que a votação ficou para fevereiro, num acerto entre os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o próprio Temer. A "novidade" causou indignação na base aliada de Temer a ponto de o deputado Beto Mansur (PRB-SP) falar em "sacanagem contra Michel".

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Maia alegou que não combinou nada. A cereja do bolo dessa confusão toda veio com uma nota oficial da Presidência da República afirmando que Temer espera ainda para hoje a leitura em plenário do texto sobre a reforma e que só depois disso irá decidir com Eunício e Maia quando a será a data da votação da proposta. Com tanta bagunça interna, quem precisa de oposição?

Lentidão

Também ficou para o próximo ano a votação da PEC do Foro Privilegiado na Câmara dos Deputados. Na fase de indicação dos integrantes pelos partidos, a comissão especial ainda nem começou a funcionar. A CCJ aprovou a proposta há mais de 20 dias.

Nos eixos

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Os efeitos de Geraldo Alckmin à frente do PSDB já começam a aparecer. Durante reunião da executiva nacional, três deputados abriram mão de disputar a liderança do PSDB na Câmara a favor de Nilson Leitão (PA). Para a deputada Geovania de Sá (SC), com a eleição do Alckmin as coisas estão entrando nos eixos e a decisão dos deputados vai nesse sentido, em nome da unidade da legenda.

Recuo

O relator da CPMI da JBS e futuro ministro de Temer, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), voltou atrás e retirou do relatório o pedido de indiciamento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Marun disse que mudou de ideia para não ser acusado de "açodamento". Apesar da decisão, a operação abafa segue intacta.

Frase

"A prova não quer dizer absolutamente nada pra quem está me julgando. Eu não quero ser candidato por ser candidato. Eu não quero ser candidato se eu for culpado."

Lula ao falar com as bancadas do PT no Senado e na Câmara sobre o julgamento do caso tríplex marcado para janeiro.

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