Depois da decisão do STF, que determinou o cumprimento imediato de pena no regime semiaberto, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) ganhou o noticiário com mais um constrangimento: viu frustrados os seus planos de desembarcar no Paraguai. Com mandado de prisão em aberto, ele deixou os Estados Unidos, onde passava férias com a família, e prometia retornar ao Brasil. Mas, de última hora, resolveu alterar a passagem. Em um vídeo, justificou que viajaria de carro de Assunção a Chapecó, para evitar a exposição da família à imprensa brasileira. Só não se deu conta de que estava sendo monitorado pela polícia, com nome na lista da Interpol. Um fato que piora ainda mais a situação do deputado – como se isso fosse possível. 

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Rodrigues cumprirá pena por irregularidade cometida há quase 20 anos, quando era prefeito de Pinhalzinho. É mais um exemplo de como a justiça é lenta, em especial quando trata de políticos. No final da tarde de ontem, ele foi transferido para Porto Alegre. Outros dois deputados presos, entre eles Paulo Maluf, estão na Papuda, em Brasília.

Recado

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, está convicto de que não deve haver exceção na Lei da Ficha Limpa, e que condenados em segunda instância devem ter o registro de candidatura negado. É o caso do ex-presidente Lula. O ministro lembrou, no entanto, que o TSE irá reavaliar a possibilidade de políticos disputarem eleições com base em decisões liminares de tribunais superiores. A situação é prevista na mesma lei e já permitiu o registro de fichas sujas.

À moda antiga

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Considerado pelo Conselho Nacional de Justiça o mais informatizado entre os tribunais federais, o TRF4 recebeu em papel o processo em que o deputado João Rodrigues (PSD-SC) foi condenado por fraude em licitação. O calhamaço foi levado de carro de Chapecó a Porto Alegre, ontem à tarde.

Não é Lava-Jato

O ministro Edson Fachin decidiu que um dos processos contra os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) não tem ligação com a Lava-Jato, e devolveu o caso à presidência do STF. Após sorteio, outro ministro assumirá a análise do inquérito, que apura o suposto pagamento de propina pela Odebrecht em negociações com a Secretaria de Aviação Civil, que foi comandada por Padilha e Moreira.

FRASE

“O consumidor tem direito a escolher o preço mais baixo, e o que nós estamos vendo é que, quando há queda na Petrobras, ela não se reflete nas bombas de gasolina”,

Moreira Franco, ministro da Secretaria da Presidência, sobre o pedido de investigação do Cade sobre possíveis cartéis de postos de combustíveis.

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