Forjado no antipetismo e embalado pelo discurso da segurança, Jair Bolsonaro tem tudo para viver a cerimônia de posse que sempre sonhou. Diante da expectativa de um público recorde na Esplanada, ele mesmo tratou de animar ainda mais seus apoiadores: guardou para as vésperas da cerimônia o anúncio da publicação de um decreto para facilitar a posse de armas. É uma bandeira simples de campanha, que atinge em especial uma demanda do homem do campo. Isso não quer dizer que as pessoas poderão andar armadas por aí, mas que será mais fácil ter um revólver dentro de casa. A medida aquece os negócios da indústria de armas e empolga o eleitor clássico de Bolsonaro, mas é uma ilusão. O problema da segurança no Brasil não passa pela flexibilização do Estatuto do Desarmamento. O futuro ministro da Justiça Sérgio Moro sabe disso, mas apoiou o anúncio do futuro presidente. Sabe que é importante que o chefe assuma com medidas que inflamem a alta popularidade. Outras ações do mesmo quilate já estão no forno para os primeiros dias de governo.
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Presentão
Petistas passaram o final de semana nas redes sociais, justificando a decisão nada democrática de não participar da posse do presidente da República eleito, colocando lenha na fogueira da polarização. Mas quem ganha é Bolsonaro, que recebe de presente mais um motivo para legitimar o discurso do "nós contra eles".
Agentes químicos
A equipe de segurança da posse presidencial também está distribuindo informações a quem vai acompanhar a posse, em Brasília, sobre procedimentos em caso de ataques com agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nuclear. O material alerta para indícios, como náuseas, dor de cabeça e dificuldade de respirar e pede que a pessoa entre em contato com autoridades.
Inédito
Deputados e senadores que pretendem acompanhar a cerimônia de posse no Palácio do Planalto também foram surpreendidos pela informação de que terão que ser escoltados por um veículo especial. O trânsito entre os dois prédios, até mesmo pelas vias laterais, estará totalmente interrompido.
FRASE
“No que depender deste governo, não faltará apoio e valorização para os profissionais da área”, do presidente eleito Jair Bolsonaro, prometendo investimentos para o setor de inteligência para segurança do país.
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Feliz Ano-Novo!
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