Duas operações da Polícia Federal em sequência pesam nos rumos da campanha de Geraldo Alckmin à presidência. Primeiro, foi a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa e, nessa terça (12), mandado de busca e apreensão envolvendo o governador de Mato Grosso do Sul, Ronaldo Fonseca. Richa estava muito bem nas pesquisas, com chance de se eleger ao Senado.
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Fonseca, com uma reeleição bem encaminhada. Com tamanho desgaste, os dois estão à beira do precipício. O curioso é que o modelinho de corrupção é muito parecido: autoridades do Executivo, do Legislativo e do Tribunal de Contas recebendo propina de empresas em troca de favores. E a matriz desta fórmula de falcatrua é o MDB Rio de Janeiro. Quer dizer: a vergonha só não é maior porque, infelizmente, essas operações já caíram na rotina.
Mesmo assim, estilhaços atingem a campanha de Alckmin. Embaralhado no segundo andar do pelotão de frente, ele não deslanchou nestas primeiras semanas de propaganda, como imaginavam seus apoiadores. Agora, ele subirá o tom contra Jair Bolsonaro (PSL) e contra o PT, na tentativa de firmar a imagem anti-Lula. Mas os casos envolvendo os colegas de partido só atrapalham a estratégia.
Claro que, do outro lado, um adversário como o petista Fernando Haddad não tem motivo para tocar flauta porque o que não falta no PT é escândalo de corrupção, o próprio Lula está preso. Mas, certamente, Alckmin preferia não ter que explicar os atos de seus governadores.
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FRASE
“O tempo da investigação e o tempo da acusação independem do tempo da política.”
Dos procuradores da força-tarefa da Lava-Jato, por meio de nota, ao criticarem a possível investigação do Conselho Nacional do Ministério Público de promotores que investigam candidatos.
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