O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a apuração de manifestações a favor da intervenção militar solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A grande questão é se o PGR, Augusto Aras, estará mesmo disposto a investigar quem está por trás desses atos ou se o pedido foi apenas para inglês ver. Há dúvidas sobre o destino das investigações dentro do próprio Ministério Público.

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Nos bastidores, procuradores questionam se Aras terá mesmo independência para levar adiante apurações que correm com risco de bater à porta da família Bolsonaro. Na CPMI das Fake News, parlamentares de oposição sonhavam com a possibilidade da quebra de sigilo de sites bolsonaristas para identificação dos reais responsáveis pelas campanhas a favor do AI-5.

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A defesa da intervenção militar por um pequeno grupo de aloprados não é de hoje. Essa bandeira já esteve presente em outras manifestações. Desta vez, no entanto, causou grande constrangimento às próprias Forças Armadas, porque o ato foi realizado em frente ao QG do Exército em Brasília e com a presença do presidente da República Jair Bolsonaro.

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O Ministério da Defesa publicou uma nota oficial, reafirmando o compromisso com a Constituições. Generais da reserva com bom trânsito na capital federal atuaram como bombeiros junto aos poderes para acalmar os ânimos.

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Senadores aliados ao governo consultados pela coluna afirmam que a poeira já baixou. Os generais-bombeiros, no entanto, estão de prontidão: sabem que enquanto o presidente continuar se aconselhando com os filhos, a estratégia do confronto vai continuar.

— Vem mais por ali — lamentou um general.

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