Depois de mudar de tom com relação às responsabilidades do governo no combate às queimadas e defender o diálogo junto à comunidade internacional, Jair Bolsonaro poderia aproveitar o momento para levar a sério a necessidade de uma política ambiental.

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Ninguém, claro, espera uma guinada nas posições ideológicas do presidente e seus apoiadores, nem que se transformem em militantes da causa verde. Mas é necessário que o Ministério do Meio Ambiente de fato encare que o país precisa de fiscalização rigorosa em diversas áreas, que as estruturas de controle não podem ser desprezadas, que a grilagem e a ampliação da produção nas áreas de florestas precisam ser combatidas e controladas.

Esses são problemas que se arrastam por governos e uma solução efetiva jamais foi encontrada. Mas o clima de que “tudo pode” piora ainda mais a situação. O agronegócio brasileiro é um dos mais competitivos do mundo. O país também pode ser uma potência ambiental, agregando ainda mais valor às exportações.

No curto prazo, a Polícia Federal deve investigar a fundo as suspeitas de queimadas criminosas.

No vácuo

Presidente da Comissão de Educação do Senado, Dario Berger (MDB-SC), ainda não recebeu do MEC resposta de ofício enviado ao ministro Abraham Weintraub, em que questiona sobre o bloqueio de R$ 6 bilhões para a Educação.

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O senador quer saber quando os repasses serão liberados e o que o Ministério está fazendo para que a situação não se repita no ano que vem. A Comissão vai realizar um ciclo de debates sobre o Future-se e convidar ex-ministros da pasta, como Fernando Haddad e Cristovam Buarque.

Mais prazo

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu mais cinco dias de prazo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para se manifestar sobre o uso de parte do fundo da Petrobras de R$ 2,5 bilhões no combate as queimadas. O prazo terminaria no domingo que passou (25). O fundo foi criado a partir de um acordo com a justiça norte-americana, após as descobertas do esquema de corrupção na Petrobras.