Se quiser garantir a aprovação da reforma da Previdência com algum impacto fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai ter que continuar mergulhado na articulação política. Ele abriu as portas do gabinete para uma romaria de deputados e nesta quarta-feira (03) estará na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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Mesmo sem ter experiência nessas relações com o Congresso, o ministro faz muito bem em assumir a linha de frente das negociações. Além de receber uma aula particular sobre a reforma os deputados querem ser ouvidos por quem decide. Na linguagem da política, é o famoso carinho. E esse é o papel de Guedes.

Mais importante até do que explicar pontos complicados da proposta, o ministro anotou, prestou atenção, ponderou. Parlamentares, por exemplo, perguntaram sobre o que será feito da Lei Kandir. Guedes não deu qualquer esperança sobre o pagamento das perdas da lei de incentivo às exportações, mas falou em repasses dos royalties do pré-sal e desvinculação do orçamento. Sinceros, vários deputados fizeram questão de alertar o ministro: a reforma vai sair do Congresso bem menor do que entrou.

Pegadinha

Sobre a situação dos Estados, o ministro Paulo Guedes comentou com parlamentares do PTB que estuda fazer a seguinte oferta aos governadores: ajuda aos Estados em troca da garantia de que pelo menos dois terços da respectiva bancada votarão a favor da reforma da Previdência. Os deputados saíram certos de que o ministro estava brincando.

No prazo

Deputados do PSL também estiveram reunidos com o ministro Guedes na tarde desta terça-feira (02), em Brasília. Após a conversa, o deputado catarinense Daniel Freitas contou à coluna que acredita que será cumprido o prazo dado pelo presidente da CCJ, Felipe Francischini, para votar o parecer no dia 17 de abril.

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Posse

O deputado Rogério Peninha (MDB) toma posse como coordenador da bancada catarinense no dia 10 de abril, durante reunião em Brasília. Peninha estava no Uruguai participando do Parlamento do Mercosul – ele é o único catarinense entre os representantes da comitiva brasileira.

Tesoura

O congelamento do orçamento da União pegou em cheio as emendas da bancada catarinense. De um total de R$ 169 milhões, R$ 36 milhões ficarão na geladeira por determinação da equipe econômica. Já as emendas individuais perderam R$ 3,315 milhões dos R$ 15,4 milhões previstos.

Sem médicos

Prefeitos e secretários de Saúde esperam que o Ministério da Saúde anuncie medidas que compensem o fim do Mais Médicos. O governo federal vai honrar os atuais contratos, mas não serão renovados. Um novo edital será lançado para a contratação de médicos para pequenos municípios.