
A expectativa do Planalto é de que os trabalhos na comissão especial da Reforma da Previdência terminem ainda nesta semana, para que no dia 2 de julho o assunto possa ser votado em plenário. Mas, a situação não é tão simples. Há mais de 70 parlamentares inscritos para debater na sessão de terça, sem falar que será necessária muita articulação política – o que, vamos combinar, não é o forte do governo Bolsonaro, a ponto de o próprio presidente reconhecer na sexta que teve problemas nesse quesito.
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Com o calendário tão apertado, o presidente da comissão, Marcelo Ramos, e o relator, Samuel Moreira, estavam nas vésperas do feriadão discutindo estratégias para conseguir votar o relatório na próxima sessão.
– Queremos garantir que a gente não perca tempo, afirmou Ramos à coluna.
Apesar da pressa, Moreira tem dito que seu relatório não é um decreto e pode, sim, sofrer alterações ainda na comissão. Tanto, que ele e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tentarão convencer deputados a recolocarem Estados e municípios no texto, apesar das críticas de parte dos parlamentares a governadores – em especial, do Nordeste – que não defendem o tema junto a suas bancadas. Se não conseguirem, Maia já declarou que a saída será apresentar uma emenda em separado no momento em que o assunto estiver no plenário.
Mesmo com a dificuldade da inclusão no texto principal, é curioso que a maioria dos parlamentares reconhece que isso é essencial. Governadores e prefeitos enfrentam o mesmo problema com o funcionalismo local e precisam de uma solução a curto prazo.
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Sobre os votos para aprovar a reforma, o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) afirmou à coluna que já tem o número necessário para que o texto passe na Câmara.
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Missão
Cotado para assumir a articulação política do governo Bolsonaro, o secretário da Previdência, Rogério Marinho, tem dito a interlocutores que ainda tem missão pela frente no Ministério da Economia.
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Novos hábitos
Assíduo usuário do WhatsApp, o vice-presidente Hamilton Mourão tem deixado o aplicativo de lado. Em pelo menos três dias recentes, a coluna notou que ele ficou longos períodos sem utilizar o serviço. Em alguns momentos, foram mais de 15 horas ausente. Em tempos de vazamentos de mensagens, o general pode ter optado pelos celulares criptografados da Abin, que não possuem o WhatsApp.