*Silvana Pires

À frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e um dos principais conselheiros de Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno acredita que o cenário melhorou para a aprovação da reforma da Previdência. Estrategista e amigo pessoal do presidente, o ministro faz um alerta: não há mais espaço para marola.

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O senhor acredita que o pacto entre os poderes vai funcionar?

Eu tenho que acreditar. O Dias Toffoli (presidente do STF) sabe que não pode assumir os votos dos ministros. Ele quis foi dar uma ideia de que estamos pacificados. Isso aqui não é uma guerra. O Rodrigo Maia não é desafeto do Bolsonaro, nunca brigaram. Perguntei para o deputado Vitor Hugo: como anda a tua guerra aí? Ele disse: estou namorando com o Rodrigo Maia (risos).

O deputado Vitor Hugo continua como líder do governo na Câmara?

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Continua. Hoje (quinta-feira) cruzei com ele. Foi meu aluno na escola preparatória – um garoto excepcional.

Qual a previsão para a votação da Previdência?

Que vai aprovar, vai. Agora, não dá para arriscar se vai chegar no R$ 1 trilhão do Paulo Guedes. Pode não chegar a R$ 1 trilhão, mas a R$ 900 milhões. Todo o dia eu peço: pelo amor de Deus, deixa andar, não inventa, não liga para o Olavo de Carvalho.

E quanto à intervenção dos filhos do presidente?

O monstro do Lago Ness acalmou, mergulhou, isso é fundamental. Se as pessoas tiverem o mínimo de bom senso, diante da situação que o país está vivendo… A gente tem obrigação de não fazer marola. A gente está jogando na Previdência uma esperança dos brasileiros. Tanto é que o apoio popular cresceu muito. Ou a gente abraça essa causa ou vamos para o buraco.

Os ânimos estão mais calmos em Brasília?

Muito. As manifestações pelo país foram expressivas pela quantidade e significativas na mensagem.

O senhor está falando sobre o último domingo?

Sim, foi o que eu vi. A dos estudantes eu preferi nem olhar. A mensagem foi muito evidente, não tinha nenhuma bandeira vermelha. Fui no Congresso, a gente sente que mudou o clima. A manifestação teve esse dom, de pelo menos dar um sopro de bom senso. Tem coisas que você pode discutir, levar às últimas consequências, mas, a situação do Brasil… não tenho nenhuma dúvida que estamos à beira do abismo.

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O decreto de armas será modificado de novo?

Eles estão brigando aí. Isso é com o Congresso. Tem algumas coisas que o governo Bolsonaro está mudando e tem uma reação forte. Por que não podemos experimentar? Se não der certo, muda. O país tem 66 mil homicídios por ano, tem algo errado. Se a população estiver armada, até onde o cara de fuzil vai andar armado na rua? Isso é uma coisa que eu nunca me conformei. O Rio de Janeiro, por exemplo, aceita isso. Um sujeito armado de fuzil, no meio da rua, onde ele pode causar sérios danos à população honesta, esse cara tem que ser eliminado. Leva o sniper para o morro e atira na cabeça do cara. Não tem que pedir perdão.

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