A oposição ganhou férias no governo Bolsonaro. O embate entre grupos que apoiam o presidente é tão intenso e causa tanto desgaste a Bolsonaro que os tradicionais adversários, já sem rumo em razão dos próprios problemas, viraram espectadores.
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Idolatrado pelos filhos do presidente, o guru Olavo de Carvalho e seus seguidores assumiram o papel de incendiários oficiais e elegeram os militares como alvo. O astrólogo não mereceria atenção, se não tivesse até indicado ministros. Depois da paralisia no Ministério da Educação e de esgotar os xingamentos contra o vice-presidente, general Hamilton Mourão, agora foi a vez do general Santos Cruz (Secretaria Geral).
A escalada de impropérios contra o ministro chegou a tal ponto que o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, publicou resposta nas redes sociais, chamando Olavo de “Trotski de direita”. Militar respeitadíssimo, assessor especial do general Augusto Heleno (GSI), Villas Bôas falou por ele, pelos demais militares e mandou recado para o próprio Bolsonaro.
Por trás dos ataques a Santos Cruz está a briga pelo poder. Olavistas, incluindo o filho Carlos Bolsonaro, querem garantir maior controle sobre a área de comunicação. O general tem conduzido o setor com mão de ferro, fechando as torneiras até para os aliados.
#TamoJunto
O general Villas Bôas recebeu apoio público de militares, depois da publicação da resposta a Olavo de Carvalho. Ex-ministro do GSI, o general Sérgio Etchegoyen – que conhece bem os meandros de Brasília – foi um deles.
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Não surpreende
Quem conhece o processo contra o ex-presidente Michel Temer e os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco afirma que não se surpreendeu com a decisão da Justiça, que aceitou a denúncia por organização criminosa e obstrução de Justiça. A situação não é fácil para os três, mas o comentário é que Temer e Moreira estão ainda mais enrolados.
Corrida contra o tempo
O deputado Daniel Freitas (PSL-SC) faz parte do grupo que defende convocações de sessões na Comissão Especial que discute a reforma da Previdência, também nas segundas e sextas-feiras. O catarinense alerta que se as sessões ocorrerem apenas três vezes na semana, não será possível mandar o projeto para votação em plenário antes do recesso de julho. Já sobre a discussão da reforma, Freitas pretende propor alterações no texto para aposentadorias dos mineiros e pescadores, por exemplo.