A presença do ministro Paulo Guedes (Economia) na Comissão de Constituição e Justiça marca o começo do jogo. Agora, só falta Jair Bolsonaro entrar em campo para valer, o que deve começar a ocorrer a partir de hoje, com reunião do presidente com representantes dos partidos. Aliás, além de ser cobrado sobre os pontos mais polêmicos do texto, como aposentadoria do trabalhador rural, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e sistema de capitalização, Guedes foi questionado sobre uma participação em peso do governo a favor da reforma.
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Na CCJ, o ministro contou com a presença de lideranças do centrão como sinal de apoio político, mas também enfrentou a pressão da oposição e dúvidas legítimas de aliados. Homem de mercado, se irritou várias vezes. Faltou para o ministro, a tradicional tropa de choque que foi tão importante para Michel Temer. Chamado, com ironia, de último Gatorade do deserto, Guedes conferiu na prática que a batalha será bem mais difícil do que imaginou.
Nada a declarar
Apesar de ter acompanhando a primeira parte da sessão da CCJ com o ministro Paulo Guedes, o deputado Rodrigo Coelho (PSB/SC) preferiu não comentar sobre a reunião. Coelho é especialista em direito previdenciário, inclusive tem livro publicado sobre o tema.
DEVER DE CASA
O deputado Darci Matos (PSD/SC) era um dos mais de cem inscritos para questionar o ministro Paulo Guedes. A favor da proposta, Darci lembrou que Santa Catarina já fez o seu dever de casa e aprovou sua reforma. O deputado ressaltou que defende algumas mudanças no texto apresentado pelo Planalto, como as que se referem ao agricultor e BPC, além de uma análise das aposentadorias dos professores e policiais.
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BEM AVISADOS
Até integrantes do próprio governo se sentiram representados com o desabafo do deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que se irritou com o comentário irresponsável do senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) sobre o grupo extremista Hamas. Em uma rede social, o filho do presidente escreveu. “Que se explodam”. Mas depois apagou. Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Moreira não esconde que o setor – que apoio a eleição de Bolsonaro – está insatisfeito e teme perder o mercado dos países árabes.
SAÚDE
Darci Matos apresentou um projeto para acabar com o ressarcimento médico para parlamentares. Hoje, o Congresso paga na íntegra todas as despesas médicas dos parlamentares, que podem escolher onde vão ser atendidos. Darci defende que cada um pague o seu próprio plano de saúde. A dificuldade vai ser conseguir derrubar o corporativismo que costuma aparecer nesses casos.