Ministros Carlos Marun (Secretaria-Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Eduardo Guardia (Fazenda) foram os responsáveis por costurar acordo com os caminhoneiros (Foto: Valter Campanato)
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Surpreendido pela dimensão que tomou a greve dos caminhoneiros, o governo Temer virou refém da própria incompetência e da falta de planejamento. Ministros e assessores passaram o dia em busca de uma saída, pelo menos momentânea.
O acordo costurado às pressas prevê a suspensão do movimento por 15 dias, com apelo para que os caminhoneiros voltem ao trabalho. O pacote privilegia a ideia da previsibilidade, defendida pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). Mas com um custo para o Tesouro, a única maneira encontrada de preservar a política de preços da Petrobras – ao menos a curto prazo. Parte importante da pauta do movimento é atendida, mas atenção: vale só para o diesel, não para os combustíveis em geral.
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Enquanto isso, a crise serviu para mostrar também que antigos aliados do Planalto, preocupados com a reeleição, começam a pular do barco. A viagem do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB) para o Ceará foi a nota esdrúxula do dia. Criticado pelos próprios caminhoneiros, o senador voltou para a capital federal e convocou para esta sexta-feira (25) a sessão de votação do projeto que zera a Cide e promove a reoneração. Senadores que já estavam em seus Estados foram avisados às pressas.
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Em meio a uma crise como essa, o Congresso deveria estar mobilizado, mas o clima do “cada um por si” já tomou conta de Brasília.
PARA AJUDAR
De olho na reeleição, os deputados Osmar Terra (MDB) e Ronaldo Nogueira (PTB) acompanharam a reunião dos ministros com os representantes dos grevistas. Os dois são ex-ministros de Temer, mas defendem os caminhoneiros. Nogueira chegou quase no final, apressado, dizendo que chegava para ajudar.
CHECK-IN
A senadora Ana Amélia Lemos (PP) cancelou participação no Congresso Brasileiro dos Magistrados, em Maceió, para voltar para Brasília hoje. O senador Lasier Martins (PSD)também comprou a passagem de última hora, assim como Paulo Paim (PT), que tem passagem para hoje pela manhã, mas só volta se for confirmada a votação.
OUTRO MUNDO
E enquanto o circo pegava fogo em Brasília, o presidente Michel Temer viajou para o Rio para cumprir uma agenda positiva, de entrega de carros para conselhos tutelares. O discurso não poderia ser mais distante da realidade.
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