A reunião do presidente Michel Temer com governadores marcou mais um capítulo da nova estratégia do Planalto: emplacar o tema segurança como a pauta positiva de 2018. Na prática, representantes dos Estados saíram descontentes do encontro. E com razão. Pressionados pela criminalidade, com os cofres vazios e de olho nas urnas, todos esperam da União medidas salvadoras. O que foi anunciado de concreto, a liberação de uma linha de financiamento do BNDES, foi considerada cara e de difícil execução em um ano curto, abreviado pela limitação das regras eleitorais. Já na reunião, o vice-governador da Bahia, João Leão, pediu ao menos a retirada dos juros. Outro governador solicitou recursos para cobrir custeio. Temer fez cara de paisagem. O teto de gastos impede que a União abra o cofre para ajudar os Estados e a falta de uma política nacional de segurança limita as ações coordenadas entre as forças. O encontro, no entanto, tem um significado político.

Continua depois da publicidade

– Isso aqui serviu sabe para quê? Para a famosa foto do presidente com os governadores – concluiu um dos participantes, resumindo as quase quatro horas de conversa.

Na próxima semana, será a vez dos prefeitos.

Só isso?

No lugar de Raimundo Colombo, o peemedebista Eduardo Pinho Moreira estranhou a falta de resultado prático do encontro com Temer. Ao sair de sua primeira reunião de governadores no Planalto, ele perguntou:

Continua depois da publicidade

– É sempre assim?

Ponta do lápis

O governador Eduardo Pinho Moreira pretende utilizar parte dos R$ 723 milhões autorizados pelo BNDES para o Fundam para financiar ações de segurança. Segundo ele, é uma linha de financiamento mais barata que o crédito oferecido ontem pelo presidente Temer.

Infiéis 

O PMDB de Santa Catarina tenta emplacar um ministro, aproveitando a dança de cadeiras em razão do período eleitoral. Deputados da tropa de choque do governo, no entanto, são contra. Eles já disseram ao presidente Temer que parlamentares catarinenses do partido não foram fieis ao governo em votação importantes.

Frase

“Somos iguais, sim, na nossa dignidade, mas temos o direito de ser diferentes em nossa pluralidade e nossa forma de ser” 

Ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, ao anunciar a decisão do Supremo de que transexuais e transgêneros podem mudar registro civil sem necessidade de cirurgia.

Continua depois da publicidade

Leia todas as publicações de Carolina Bahia