Muito além da discussão ideológica, a saída de mais de 8 mil cubanos do programa Mais Médicos traz um problema urgente e de difícil solução, tanto para o atual governo como para o presidente eleito, Jair Bolsonaro, cujas ideias batem de frente com o governo cubano.
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Ninguém tem dúvida de que seria melhor ter brasileiros atendendo nas unidades de saúde básica, e os nascidos aqui têm prioridade de contratação. O fato é que os estrangeiros foram chamados justamente porque o governo federal e as prefeituras tinham imensa dificuldade para achar interessados em atender em locais de difícil acesso, no vasto interior do Brasil.
Hoje, quase metade das vagas do Mais Médicos é ocupada por cubanos. Como deixar desassistidas milhares de pessoas pobres, da noite para o dia, caso Cuba exija o retorno imediato? Ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários da Saúde, João Gabbardo alerta que a demora na contratação dos substitutos será muito prejudicial à atenção básica à saúde. À coluna, o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Jonas Donizette, alertou que é preciso cautela para que “mudanças abruptas não sejam suportadas justamente pela população mais carente e mais dependente das ações estatais”.
Pé quente
Em sua primeira viagem a Brasília como governador eleito, Carlos Moisés da Silva teve a oportunidade de entregar documentos com informações sobre Santa Catarina, inclusive com dados sobre possibilidade de negócios internacionais, para os embaixadores da Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Angola e Togo. A deputada federal mais votada do país, Joice Hassellman (PSL-SP), participou do jantar e ao cumprimentar o governador brincou que era pé quente:
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– Todos os candidatos que eu apoiei se elegeram.
Joice gravou vídeos em apoio a Moisés e fez campanha em suas redes sociais.
Padrinhos
Quem tem padrinho não morre pagão. Ex-ministros do governo Temer já estão com cargos de secretários de Estado garantidos para 2019. O Distrito Federal terá Sarney Filho no Meio Ambiente e Gustavo Rocha na Justiça. Já o futuro governo Doria conta com três ex-ministros: Gilberto Kassab na Casa Civil, Sérgio Sá Leitão na Cultura e Rossieli Soares na Educação.
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