Se depender do Congresso, nenhum assunto polêmico será votado até o final do ano. Daqui até as eleições, deputados e senadores apenas farão de conta que estão legislando, quando, na verdade, estarão cuidando das próprias vidas. Isso quer dizer, eles estão trabalhando para garantir a reeleição e o tão valorizado foro privilegiado. Em especial aqueles deputados que votaram para engavetar as denúncias contra Michel Temer. Querem ficar bem longe de novos desgastes. Quem, afinal, arriscaria desagradar o eleitor em nome de um presidente da República todo enrolado? A Câmara deixou a medida provisória da reforma trabalhista caducar sem qualquer constrangimento. Uma irresponsabilidade dos deputados que, afinal, aprovaram o texto original da reforma cheio de buracos e distorções. A pauta econômica do Planalto, anunciada às pressas para compensar a desistência da reforma da Previdência, não passa de uma carta de intenções.
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Romaria
Outro que gosta de fazer de conta é o PT, que continua tratando Lula como preso político. E, por isso, insiste com os diversos pedidos de visitas e vistorias na sala destinada como cela na Superintendência da PF, em Curitiba. Ontem, a Justiça do Paraná voltou a negar todos os pedidos, ressaltando que muitos não têm embasamento jurídico e que, sim, há “limitação do direito de ir e vir” de Lula. As visitas estão restritas às familiares e advogados, como acontece com os demais presos da Lava-Jato.
Cassação
O Conselho de Ética da Câmara se reúne hoje para discutir e votar o relatório sobre o processo que pede a cassação de mandato do deputado João Rodrigues (PSD-SC). No parecer preliminar, o relator, deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), afirmou que a conduta descrita na representação feita pela Rede Sustentabilidade configura, em tese, afronta ao decoro parlamentar. Após a votação deste relatório, abre-se prazo de 10 dias para que a defesa apresente as considerações. João Rodrigues está preso desde fevereiro por fraude em uma licitação na prefeitura de Pinhalzinho.
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Confusão
O presidente do PMDB de Santa Catarina, deputado Mauro Mariani, ficou sabendo pela coluna de um jantar hoje no Palácio da Alvorada com Michel Temer. Mas a confusão era de se esperar até porque nem o diretório nacional do partido e nem a assessoria de imprensa do Planalto davam como certo o encontro. A informação só foi confirmada por um ministro peemedebista, próximo a Temer. O encontro com presidentes dos diretórios estaduais do PMDB é para tratar de eleições.
Frase
“Denunciar os ataques sistemáticos contra o modelo de combate à corrupção consolidado pela Lava-Jato é a opção mais acertada para um ex-PGR.”
Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, ao justificar porque desistiu de concorrer a uma vaga no Conselho Superior do Ministério Público Federal
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