Por trás da cartinha do ministro Ricardo Vélez Rodriguez (Educação) às escolas, há algo ainda mais grave do que o uso político da imagem de estudantes cantando o hino nacional. Falta foco ao Ministério da Educação. Em dois meses de governo, as pastas da Economia e da Justiça conseguiram encaminhar ao Congresso uma complexa reforma da Previdência e um plano de combate à criminalidade.
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Vélez Rodriguez só gerou declarações estapafúrdias e situações polêmicas. A mensagem às escolas, com o slogan da campanha de Jair Bolsonaro, pedindo para que as crianças sejam gravadas cantando o Hino Nacional, foi mais um erro. O próprio ministro reconheceu o tropeço e mandou corrigir o comunicado. Uma trapalhada que só revela o nó em que está enredado o MEC. A educação no Brasil tem problemas concretos: estudantes do ensino médio não permanecem na escola, as crianças não aprendem português e matemática, os professores não são valorizados e, até mesmo nas grandes capitais, há escolas caindo aos pedaços. Valorizar o hino nacional e a disciplina nos colégios é parte importante, sim, mas de algo muito maior.
Jair Bolsonaro terá que analisar com calma a possibilidade de substituição no comando do MEC. A essas alturas, excesso de folclore só atrapalha. Nem o movimento Escola Sem Partido apoiou a cartinha.
Desorganizados
Entre caciques da Câmara, as reclamações direcionadas ao governo vão desde a falta de interlocutores para o recebimento de demandas, como indicações políticas em bases eleitorais, a questões vistas como “desorganização”. Um líder de bancada define como “imperdoáveis” os casos em que ministros cumprem agendas em Estados e não avisam os parlamentares da região, que poderiam lucrar politicamente com as visitas.
Espinhoso
Coronel Armando (PSL-SC) foi confirmado como um dos vice-líderes do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputatos. A missão não é simples. deputado terá que ajudar na articulação política para a aprovação da reforma da Previdência. Deputados do PSL reconhecem que se a votação fosse hoje, pelo menos metade da bancada não
aprovaria a proposta do governo.
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