Depois do mal-estar criado pelo presidente Jair Bolsonaro com os governadores com a bravata do ICMS dos combustíveis, agora foi a vez de Paulo Guedes declarar guerra ao funcionalismo público. Antes de começar as negociações da reforma administrativa, algo delicado diante da força das corporações, ele pulou na frente e comparou servidores a parasitas. 

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Embora a afirmação possa encontrar apoio junto ao empresariado e a uma parcela importante da sociedade, cansada de serviços ruins e privilégios do topo da pirâmide, o momento político não é oportuno para comprar briga.  Pelo contrário. Quem está disposto a aprovar mudanças profundas precisa negociar e dialogar, sem estigmatizar ou buscar culpados. 

Quem não se lembra da declaração de um procurador de Minas, reclamando que o salário de R$ 24 mil era um miserê? Esse é o tipo de fala que serve como base para a radicalização do ministro. Mas não representa a média dos servidores. Diante da saia-justa, no final da tarde de sexta-feira, Guedes apresentou a velha justificativa de que sua frase foi tirada de contexto. 

O Brasil precisa de uma reforma administrativa profunda. Até mesmo a estabilidade para determinadas funções deve ser debatida. Um clima de respeito e serenidade, para ajudar a viabilizar o projeto no Congresso, ajudaria muito.

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