Ex-senador pelo PSDB do Amazonas e atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio se tornou um feroz crítico da candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República. Virgílio queria disputar as prévias com o ex-governador de São Paulo, mas desistiu por não concordar com as regras da disputa. Ele, inclusive, chegou a chamar o processo de “fraude”. Depois de um período de silêncio, o prefeito voltou ao ataque sugerindo a troca de candidato tucano e a expulsão de Aécio Neves da sigla.

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O senhor sugeriu que o senador Tasso Jereissati (CE) deva ser o candidato do PSDB à presidência da República.  Geraldo Alckmin não tem mais condições?  

Acho que não. Ele não faz nada para mudar. O Tasso é o meu nome por várias razões: por ser um homem experiente, qualificado intelectualmente, que é capaz de organizar uma equipe. Ele se marca pela organização das suas ações e reúne grandes equipes. Ontem eu falei com ele, conversei muito sobre o partido.

 

E o que ele acha da sua ideia?

Ele acha que o Alckmin não renuncia, vai até o final. E o próprio Tasso argumenta que ele tem uma série de coisas que são pessoais, que o impediriam neste momento, mas ele ficou contente com a lembrança. Há duas hipóteses. A primeira é o partido até perder, mas com uma cara nova, perder com honra e com uma cara de futuro. Nosso partido sempre foi admirado, respeitado pela imprensa e, inclusive, pelos adversários mesmo quando nos atacavam. Então, isso tudo foi por água abaixo graças à permissividade que tomou conta da política brasileira e que não deveria ter tomado conta do PSDB, mas tomou. O PSDB hoje é um partido igual aos outros com o agravante de ser o que era visto como o melhor para os outros.  E a outra hipótese é que nós vamos chegar a um ponto de eleger “X” deputados, sei lá, 60, e aí começar a barganhar espaço em governos de terceiros. Estamos a um passo disso porque eu não estou vendo mudança estrutural na imagem da sigla, estou vendo um partido se encaminhar para uma votação pífia para presidente e não duvido que a gente tenha uma grande parte de pessoas ali que esteja ávida por espaço e por poder. Vamos abrir mão do caráter reformista do partido? 

 

Há mais alguém que apoie o nome de Tasso Jereissati para a presidência?

É uma coisa inacreditável. Eu recebo telefonemas de pessoas, que eu não posso citar os nomes porque me pedem reserva. O Alckmin continua como presidente do partido, então as pessoas temem uma distribuição injusta do chamado fundo partidário.

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O que mais complica Geraldo Alckmin?

O que complica é a insistência das denúncias, é uma atrás da outra, e as manobras. Agora ele foi para o Tribunal Eleitoral, então tudo deixou de ser matéria de averiguação, virou tudo uma questão de dinheiro aplicado irregularmente em campanha. Mas é uma acusação atrás da outra. E ele tem ficado atrás nas pesquisas. Ele está atrás do Álvaro (Dias) nos três estados do Sul. Ele fica empatado com o Álvaro no Brasil. Ele fica atrás do Álvaro no Norte, no Nordeste. Ele fica com 16 pontos em São Paulo, isso é piada. 

 

O senhor acha que Aécio Neves é um constrangimento para o PSDB? Deveria ser expulso?

Eu acho que o partido deveria entrar nessa linha de averiguar quem fica e quem não fica no partido. Duas questões de quem não deve ficar no partido: os que estiverem comprometidos de verdade com essas coisas (irregularidades) e aqueles que não querem ficar no partido, o que vai acabar acontecendo quando passar a eleição. 

 

Mas para o senhor, o Aécio é um constrangimento?

O Aécio é um constrangimento. É um constrangimento. Deveria ser expulso. Deveria ser expulso do partido.

 

O senhor se arrepende de ter desistido de disputar as prévias à presidência com Alckmin?

Não, porque as prévias resultariam numa farsa. Primeiro, o que eu propus eram dez debates, prévia ampla, com todos os votantes do partido. Eles não me trataram com a devida seriedade, não me trataram com respeito, queriam de qualquer maneira a investidura, obtiveram a investidura. Ele tinha planejado uma coisa que eu seria o sujeito que, em qualquer circunstância, estaria insatisfeito. Esse era o projeto dele. Eu seria sempre o criador de caso.

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