Secretários de Estados e municípios mandaram um recado ao ministro da Saúde, Nelson Teich: esse não é o momento para se discutir um programa nacional de flexibilização do isolamento social. Para Estados como Pará, Maranhão, Fortaleza e Rio, agora é a hora do atendimento aos doentes e de providenciar EPIS, respiradores e pessoal para os hospitais. O temor é de que o discurso do isolamento perca força.
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– Tudo que não seja isso é gastar energia com algo que não corresponde à necessidade real – disse à coluna o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, que é secretário do Pará.
Embora não tenha ocorrido ainda uma reunião tripartite, os gestores tiveram acesso ao documento chamado de Estratégia de Gestão de Riscos na semana passada. Com cinco eixos e uma série de planilhas a serem preenchidas, alguns secretários chegaram a comparar a demanda por dados a uma gincana. O plano não foi considerado equivocado ou inviável, mas inoportuno. O ministro, no entanto, deixou claro que essa matriz é apenas uma ferramenta, os gestores não ficam obrigados a acatar e ele prefere validar a proposta com os conselhos de secretários.
Surpreendido pela decisão do presidente Jair Bolsonaro de incluir academias e salões de beleza entre os serviços essenciais, ficou claro que Teich está sendo pressionado a criar condições para a volta das atividades econômicas. Mas determinadas regiões já estão gritando por socorro, no limite da capacidade hospitalar.
– Esse plano pode ser útil lá na frente, quando os números começarem a cair – sinaliza Beltrame.
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