Estados e municípios viraram o grande nó da mais robusta reforma da Previdência já votada pela Câmara. E o motivo é eleitoreiro. Nem mesmo o lobby dos policiais para tentar assegurar regras de transição mais vantajosas mobilizou tanto as conversas e a energia dos presidentes da Casa, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

Continua depois da publicidade

Os governadores Eduardo Leite (RS) e Ronaldo Caiado (GO), com a ajuda de prefeitos, se instalaram no plenário para tentar convencer os deputados de que uma reforma sem mudanças para servidores estaduais e municipais é capenga.

Mas parlamentares, em especial do Nordeste, não estão dispostos a enfrentar as corporações locais e desperdiçam a chance de promover um ajuste fiscal de fato. Falta responsabilidade e dimensão política a esses deputados. Afinal, aquelas medidas de real impacto na vida do trabalhador já foram aprovadas, como idade mínima e tempo de contribuição para acesso ao teto do INSS.

A saída desenhada pelo próprio Maia é deixar as mudanças para o Senado, onde o projeto começa a ser debatido em agosto. Experiente, o senador Esperidião Amin (PP) reconhece que no Salão Azul uma saída deve ser construída.

Toma lá 

No café da Câmara, o assunto eram as emendas parlamentares prometidas pelo governo. A expectativa é de que o governo libere ainda nesta terça-feira (9) o lote prometido. Antes mesmo da votação na Comissão Especial, as bancadas passaram a listinha entre os deputados, pedindo as indicações de municípios. 

Continua depois da publicidade

Pressão 

Deputados catarinenses estão sendo pressionado nas redes sociais sobre a reforma da Previdência, tanto a favor quanto contra as mudanças nas aposentadorias. Alguns parlamentares desconfiam que parte dessas mensagens é enviada por robôs, pois são encaminhadas de celulares de outros Estados.

Mais pressão

Corporações também estão em cima dos catarinenses. À Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público, por exemplo, enviou ofício ao deputado Rogério Peninha (MDB) reafirmando a “imensa insatisfação” com parte da Câmara que aprovou na Comissão Especial o relatório que “injustamente retira e reduz, de maneira muito dura, direitos previdenciários dos servidores públicos civis”. O documento termina afirmando que acredita que o parlamentar votará para restabelecer os direitos da categoria.

Articulação

A PEC da reforma da Previdência ainda nem saiu da Câmara e o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) já está sendo procurado por governadores e parlamentares que desejam incluir Estados e municípios na reforma. Tasso deverá ser o relator do texto no Senado.

Leia também: AO VIVO: plenário da Câmara discute reforma da Previdência

Ainda não é assinante? Faça sua assinatura do NSC Total para ter acesso ilimitado ao portal, ler as edições digitais dos jornais e aproveitar os descontos do Clube NSC.

Continua depois da publicidade