Se o presidente Michel Temer, 77 anos, tivesse a chance de pedir um presente para o Papai Noel seria a aprovação da reforma da Previdência e de algum ponto da tributária logo nos primeiros meses do próximo ano. Só vitórias dessa magnitude, empacotadas pela recuperação da economia, poderão credenciar o peemedebista a assumir algum protagonismo nas eleições de 2018. Para Temer e seus principais ministros ter um papel importante na disputa presidencial – diretamente ou por meio de alianças – é estratégico, até para a tentativa de manutenção do foro privilegiado. Caso contrário, o fim do governo Temer será melancólico.

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O presidente passou boa parte dos últimos meses lutando pela sobrevivência. Primeiro, foi o julgamento da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois, o tsunami das gravações da JBS. Quando a voz do presidente foi divulgada, com a famosa frase “Vamos manter isso”, seguida pelas imagens da corridinha do ex-assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures, a sensação de quem estava em Brasília era de que a República derretia. A pergunta que mais se ouvia pelas ruas era:

– E aí? Temer cai ou não cai?

Político experiente, ele não caiu. Além de contar com a inapetência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a conspiração, usou velhas e condenáveis práticas para aglutinar as forças no Congresso. Mas sai de todo o processo com uma popularidade pífia. Agora, ao lado do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), Temer pretende reagrupar as forças empresariais a seu favor. Não à toa, levou para o tradicional café da manhã com a imprensa também o ministro Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), o único tucano de fundamento que ficou no governo. O presidente quer mostrar que tem força política e econômica para evitar o café frio no último ano à frente da Presidência.

 

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HOMENAGENS

A família de Teori Zavascki prepara livros em homenagem à memória do primeiro relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).  Um deles terá votos não proferidos sobre temas polêmicos, como descriminalização das drogas.

 

ME DÊ MOTIVOS

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ameaça retirar o apoio à reforma da Previdência. O partido fechou questão, mas Jefferson está irritado com o discurso de candidato do ministro Henrique Meirelles (Fazenda).  Ele também não quer saber de aumento de impostos.

 

FRASE

“Você é candidato, Meirelles?”

Do presidente Michel Temer para o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) durante café da manhã com jornalistas no Palácio da Alvorada. Meirelles respondeu que a decisão de concorrer à presidência será tomada em março.

 

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