A disputa pela presidência do Senado saiu dos trilhos e ganhou contornos de uma comédia pastelão e das piores. Na luta de um grupo contra Renan Calheiros (MDB-AL), a discussão pelo voto aberto cresceu com apoio de diversos senadores e partidos, mas a condução dos trabalhos por Davi Alcolumbre (DEM-AP) colocou fogo no plenário.
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Candidato à presidência e defensor do voto aberto, Davi foi muito questionado pelos senadores que pediam aos berros que ele deixasse o comando dos trabalhos.
Davi, que contava com o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não cedeu e abriu o painel de votação para que o plenário decidisse se a eleição seria pelo voto aberto ou fechado.
Renan Calheiros – o maior beneficiado pelo voto secreto – esbravejava a todo instante. Até o momento do fechamento dessa edição, a situação não estava definida. Mas algo ficou claro: a primeira sessão do Senado foi um papelão. Os eleitores não mereciam presenciar o que aconteceu.
Fogo Amigo
O senador Esperidião Amin (PP-SC) passou o dia participando de negociações para tentar viabilizar a candidatura. Enquanto isso, deputados comentavam que o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, apostava na vitória de Renan Calheiros.
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Azedou
Apesar dos abraços e tapinhas nas contas na posse, deputados de diferentes partidos aliados ao governo comentaram que o clima azedo entre Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não melhorou nada.
Mão no fogo
Parlamentares do PSL não escondiam o constrangimento com o caso Flávio Bolsonaro (RJ). Diante Da decisão do STF de derrubar a liminar que impedia as investigações,aliados passaram a usar o argumento: se alguém fez algum mal-feito, que pague pela irregularidade. Entre deputados e senadores, difícil é encontrar quem coloque a mão no fogo.
Traições
Primeira prova do fogo do PSL, a eleição para a presidência da Câmara é a prova de que o partido do presidente da República terá dificuldades para conseguir unidade. Deputados do PSL anunciavam desde cedo que não votariam em Rodrigo Maia (DEM-RJ) e não aceitavam ser enquadrados pelo presidente da legenda. A mesma dificuldade aparecerá na reforma da Previdência.
Hora da real
Antes de chegarem a Brasília, muitos parlamentares anunciaram que iam abrir mão do auxílio-moradia. Mas ao chegarem na capital federal, se depararam com os altos preços dos alugueis. Há parlamentares que já estão pensando até em rever essa posição, diante do peso do aluguel no bolso.
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