Como não tem mais o que oferecer aos caminhoneiros, o presidente Michel Temer agora precisa convencer os grevistas e a população em geral que a pauta de reivindicações foi atendida e que o preço do diesel na bomba vai baixar de fato. Diante das resistências, aliados do governo estão convencidos de que o Planalto não soube comunicar o que está no acordo firmado com as lideranças dos caminhoneiros. Para piorar a situação, o movimento vai ganhando contornos políticos, descolados de uma pauta concreta de reivindicações. É o que o Planalto chama de “infiltrados”.

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Ex-ministro, o deputado Osmar Terra (MDB-RS) acompanhou passo a passo as negociações. Na segunda-feira (28), confessava que estava surpreso com a falta de conhecimento de deputados de partidos aliados e de prefeitos sobre o que o governo havia publicado. Para Terra, as medida provisórias — em especial a que define tabela mínima de frete e a da isenção da cobrança do eixo suspenso nos pedágios — precisam ser destrinchadas.

E o mais importante: a garantia do desconto de R$ 0,46 vai chegar na bomba? Questionado, o ministro Carlos Marun (Secretaria Geral) afirmou que os Procons serão acionados para que fiscalizem os postos.

Na área política, chama a atenção os insanos que insistem na intervenção militar (alguns identificados como “infiltrados”), mas também o descontentamento com um governo desgastado. A quatro meses das eleições presidenciais, é hora de apelar para o bom senso.

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REFORMISTA

Em reunião com deputados da bancada ruralista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou que pretende ressuscitar a Reforma Tributária. Deputados que estavam na reunião ouviram o presidente comentando que diante da crise atual há possibilidade de um acordo. Rodrigo continua firme no propósito de se viabilizar como candidato à presidência da República.

 

QUEM?

Durante a posse do novo ministro da secretaria-geral da Presidência, Ronaldo Fonseca, deputados da bancada catarinense de partidos aliados ao Planalto nem sabiam que um colega de plenário estava assumindo um cargo de primeiro escalão do governo. O novo ministro, sem partido, é deputado eleito pelo Distrito Federal e presidente da Assembleia de Deus em Taguatinga.

 

FRASE

“Eu vivo no século XXI e vivo muito bem. Essa conversa (de golpe militar) é do século XX. Temos instituições respeitadas”, do general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, em resposta a quem defende intervenção militar.

 

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