A principal marca dos dois anos de governo Temer é o equilíbrio na corda bomba ou na pinguela, apelido dado pelo ex-presidente Fernando Henrique ao programa Ponte Para o Futuro. As duas denúncias encaminhadas pela Procuradoria-Geral da República à Câmara fragilizaram politicamente o emedebista, enterrando a bandeira de um governo reformista. O presidente da República Michel Temer gastou capital político para impedir que os processos seguissem adiante, o que atrapalhou o progresso da pauta legislativa.
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Esse cenário de fragilidade tira o brilho de conquistas importantes da equipe econômica. A inflação foi controlada, os juros da taxa Selic caíram e, lentamente, a economia se recupera. Mas quem sente esses indicadores na vida real, quando a tabela de preços no posto de gasolina é reajustada dia sim, dia não? No dia 15 de maio, Temer deverá reunir os ministros. Cada pasta apresentará o que fez de melhor durante esse período. Uma campanha em torno dessas ações será lançada pela equipe de comunicação, com a ideia de que os ministros façam um rodízio e passem a dar entrevistas apenas com boas notícias. A estratégia é que isso dure pelo menos até junho.
Com isso, o MDB pretende aumentar o seu cacife político para as eleições deste ano. O desafio é provar para os candidatos que há um legado a ser defendido nos palanques. Tarefa bem complicada. Pesquisas com eleitores já mostraram que as principais preocupações dos brasileiros são: corrupção, segurança, saúde e emprego. Políticas que deveriam ser formuladas a partir de Brasília. Quando um presidente se oferece para participar de uma campanha como a “Brasil que eu quero”, da Rede Globo, em que os brasileiros mostram problemas e exigem solução, algo está muito torto. Afinal, quem deveria apresentar as soluções é o presidente da República.
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A estratégia
Apesar das desavenças internas, o plano dos petistas mais próximos do ex-presidente Lula é o seguinte: levar adiante o registro da candidatura à presidência, até o limite da análise no Tribunal Superior Eleitoral. Se houver a impugnação, como é esperado, Lula anuncia imediatamente o nome de seu substituto, que, de acordo com a estratégia, terá a missão de “denunciar a perseguição ao partido”.
– Por que anunciaríamos um nome alternativo antes? Para se desgastar até lá? – questiona um ex-ministro.
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Frase
“Devemos repudiar os defensores da volta à ditadura militar #Democraciasempre.”
Da ex-presidente Dilma Rousseff, ao comentar a divulgação do memorando da CIA, que afirma que a ex-presidente Geisel autorizou execução de políticos.