O presidente Michel Temer apostou alto ao tentar votar a reforma da Previdência neste final de ano e amargou uma derrota. A reforma não será votada neste ano e nem em 2018. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), só disse que a votação ficou para 19 de fevereiro para não enterrar de vez as esperanças do mercado. Assim, disfarça o fiasco de não ter conseguido assegurar os votos necessários, embora tenha se vendido como o grande líder do Centrão.

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Homem poderoso do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) adiantou que a votação seria inviável. Como o Orçamento de 2018 já foi aprovado, a Câmara estará às moscas na próxima semana. Já tem deputado fazendo fila no aeroporto Juscelino Kubitschek, desejando boas festas. A dificuldade do governo de reunir os 308 votos necessários é a prova de que a base de apoio encolheu. Temer passou 2017 lutando pela sobrevivência política. Neste finalzinho de ano, faltou fôlego para governar.

Dívida bilionária

A aprovação do parcelamento das dívidas previdenciárias de produtores rurais com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) pelo plenário do Senado tranquilizou o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). A proposta é uma chance de resolver uma dívida bilionária dos produtores após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que o recolhimento da contribuição é constitucional. O projeto, que fazia parte das negociações da reforma da Previdência, precisa da sanção presidencial.

Falta de opção

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Por incrível que pareça, uma candidatura do jogador Ronaldinho Gaúcho ao Senado por Minas Gerais é considerada politicamente viável pelo experiente deputado mineiro Júlio Delgado (PSB). O desgaste do senador tucano Aécio Neves (que não deve concorrer à reeleição) e a falta de outros nomes competitivos abrem caminho para o desconhecido ou o folclórico.

Chapecoense

A Comissão de Relações Exteriores da Câmara vai pressionar as embaixadas da Bolívia e da Colômbia para acelerar as investigações sobre o acidente com o avião da Chapecoense. A decisão foi tomada após audiência realizada ontem em Brasília com representante dos familiares e amigos das vítimas que reclamam que mais de um ano depois do acidente as autoridades dos dois países não concluíram as investigações.

Frase

"Mesmo em ano eleitoral, vamos discutir este tema de forma transparente", do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao sustentar que consegue colocar em votação a reforma da Previdência em 2018. Doce ilusão.

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