A derrota do ministro da Justiça, Sergio Moro, na votação do pacote anticrime poderia ter sido ainda maior. À frente da liderança do governo na Câmara, o deputado Sanderson disse à coluna que se dependesse da primeira reunião com os líderes dos partidos, outros pontos considerados importantes pelo ministro poderiam ter caído, além da prisão em segunda instância e o excludente de ilicitude.

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Eles estavam dispostos a limitar a prisão preventiva a 90 dias, sem prorrogação, por exemplo. O texto final foi resultado de um dia de negociações. Sanderson comandou as articulações porque o líder está no Exterior.

Já o ministro responsável pelas relações com o Congresso, general Luiz Eduardo Ramos, passou boa parte da tarde de quarta-feira acompanhando o presidente Bolsonaro à Feira do Paraguai, onde comeram pastel. As articulações foram por telefone.

Na prática, o Planalto jamais se empenhou pela aprovação do pacote do ex-juiz. E Moro não conseguiu transformar a popularidade que tem nas ruas em votos no Congresso. A próxima batalha será no Senado, mas só no próximo ano.

Maia, o diplomata

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez um gesto de aproximação com o novo presidente da Argentina, Alberto Fernández. Enquanto persiste o mal-estar entre Bolsonaro e Fernández, Maia aproveitou viagem a Buenos Aires para visita de cortesia ao peronista.

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— Precisamos trabalhar em conjunto, independente de diferenças ideológicas — disse Maia.

Fernández mandou um recado para Bolsonaro pela comitiva brasileira, de que será mais fácil conviver se eles se respeitarem.

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