Grave, o caso dos hackers precisa ser encarado com mais cautela e seriedade por algumas das maiores autoridades da República. Primeiro, foi o ministro Sérgio Moro (Justiça), que se precipitou ao anunciar que as provas seriam destruídas. Ex-juiz, foi desmentido pela Polícia Federal. Agora, o que se vislumbra é uma briga na Justiça sobre o futuro do material.
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Na sequência, o presidente Jair Bolsonaro comentou que talvez o jornalista americano Glenn Greenwald “pegue uma cana no Brasil”. Greenwald é responsável pelo site Intercept Brasil, que vem publicando o vazamento de diálogos entre integrantes da Lava-Jato. Encarada como uma ameaça, a provocação do presidente levou à correta manifestação de apoio ao jornalista e à liberdade de imprensa.
A confirmação da ex-deputada Manuela D´Ávila (PCdoB) sobre o repasse dos contatos de Greenwald para o hacker – como relatado no depoimento do suspeito – mostra que a PF está no caminho para completar esse quebra-cabeça. Frases de efeito ou bravatas podem até assanhar as torcidas nas redes sociais, mas só servem para atrapalhar.
Mourão protegido
Experiente com questões de segurança, o general Hamilton Mourão prefere não correr o risco de virar vítima de um hacker. Questionado pela coluna se está utilizando o telefone recomendado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o vice-presidente confirmou que para conversas privadas só usa o aparelho protegido.
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Delegado fortalecido
Quem está fortalecido, ao mesmo internamente, é o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A decisão de publicar uma nota, afirmando que as provas recolhidas não seriam destruídas, pegou bem entre os policiais e foi encarada como uma demonstração de que as investigações são independentes. A PF é subordinada ao Ministério da Justiça.
Previdência
Apesar do recesso, há deputados dizendo para quem quiser ouvir que a votação do segundo turno da reforma da Previdência pode não ser analisada em 6 de agosto, como quer o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Eles exigem o empenho das emendas prometidas pelo Palácio do Planalto na votação do primeiro turno da reforma.
Tributária
O governo não deve ter dificuldades para conseguir aprovar a Reforma Tributária na Câmara. É o que pensam deputados da bancada catarinense consultados pela coluna. Como não há apelo popular, ou seja, pressão contrária dos eleitores, o assunto tem chance de ser aprovado ainda este ano. O problema todo é se alguém inventar de criar uma nova CPMF