Defensores da reforma da Previdência passaram a sexta-feira apagando o incêndio provocado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Em um encontro com jornalistas, se sentindo à vontade, ele afirmou que poderia baixar a idade mínima da aposentadoria de mulheres de 62 para 60 anos.
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Quer dizer, antes mesmo de começarem as negociações no Congresso, Bolsonaro entregou os anéis, deixando a equipe econômica de cabelo em pé. Do vice-presidente, general Hamilton Mourão, passando pelo ministro Santos Cruz (Secretaria de Governo), aos líderes do governo na Câmara e no Congresso, o discurso foi um só: o presidente foi mal interpretado.
Ao entregar o texto da reforma ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Bolsonaro reconheceu que errou no passado ao se posicionar contra as mudanças na aposentadoria. Como deputado, ele, assim como o filho Eduardo, fez duras manifestações contra a proposta encaminhada por Michel Temer.
O texto do ministro Paulo Guedes é mais duro, mas agora Bolsonaro entende que é necessário. Antes da campanha, foi convencido por Guedes da importância de medidas de controle fiscal. Mesmo assim, o assunto não é confortável para o presidente. A prova é que, na primeira oportunidade, reconheceu que está disposto a tornar as mudanças mais brandas
Quem conhece a dinâmica do Congresso, sabe que a reforma será modificada. Guedes, no entanto, gostaria que a espinha dorsal fosse preservada. Isso significa a defesa da idade mínima e a igualdade de regras para todas as categorias.
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Aposentadoria rural e o benefício de prestação continuada já estão na conta da gordura. Dentro do próprio governo já há pressão para manutenção de direitos dos setores mais carentes.
Na bancada ruralista, base importante de apoio ao presidente, os deputados já avisaram que querem idade diferenciada para a mulher do campo, por exemplo. Mas essa é uma discussão reservada para depois do Carnaval e para a mesa de negociação do Congresso. O que o ministro da Economia quer do presidente da República, agora, é que ele defenda o texto inicial com mais animação.
R$ 23 mi
Foi o valor que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pagou por uma mansão no Lago Sul, que conta com seis quartos, lago artificial e adega. A casa é a mais cara já vendida em Brasília.
Caindo na folia
Pronto desde o ano passado, o boneco de Jair Bolsonaro quase não saiu nos tradicionais Carnavais de Olinda e Recife deste ano. Os organizadores chegaram a ser questionados sobre a segurança do integrante que carrega o bonecão.
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Outros presidentes também já foram representados nos dias de folia e não há sentido em deixar Bolsonaro de fora. O presidente vai passar o Carnaval em Brasília e, segundo o Planalto, vai fazer um churrasco.
Bom senso
Desta vez, até mesmo aliados do presidente Bolsonaro se manifestaram nas redes sociais a favor da liberação do ex-presidente Lula para acompanhar o enterro do neto de apenas sete anos. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegou a criticar a medida, mas foi questionado por simpatizantes. Como já havia manifestado o vice-presidente Hamilton Mourão, é uma questão humanitária. Não há como politizar.