O presidente Jair Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) têm feito um desserviço à imagem da Polícia Federal. Respeitada pelos brasileiros, a PF atua no combate ao crime organizado, crimes de colarinho branco, com eficiência e credibilidade. A autonomia da direção-geral vinha sendo respeitada e, quando houve suspeita de contaminação dessa autonomia – no governo Temer – o diretor indicado não durou muito tempo.

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Agora, o presidente da República não esconde que quer ser informado pela Polícia Federal. Bolsonaro perdeu o seu ministro mais popular, Sergio Moro, porque os dois discordavam sobre modificações na direção-geral e na superintendência do Rio de Janeiro. Se houve ou não intervenção do presidente, a Procuradoria-Geral da República ainda precisa divulgar as suas conclusões. Mas na famosa reunião do dia 22, Bolsonaro não esconde que não está contente com o "serviço de informações". O que seria isso?

Na sequência, em entrevista à Rádio Gaúcha, a deputada Carla Zambelli conta que a PF está preparando uma ação contra governadores, envolvendo irregularidades na aplicação de recursos para combate ao coronavírus. Claro que, em Brasília, não era segredo que um processo envolvendo o governador Wilson Witzel aguardava análise no STJ. Mas é no mínimo curioso que a deputada tenha comentando que " a gente já tenha operações da PF que estavam ali, na agulha, para sair e não saíam". Essas ações são sigilosas, Nos tempos da Lava-Jato, o então ministro da Justiça era informado momentos antes, ainda de madrugada.

No caso da operação que atingiu nesta terça-feira (26)o governo do Rio de Janeiro, a PF e a Justiça estão cumprindo o seu papel. Há denúncia de irregularidade envolvendo a montagem de um hospital de campanha, empresários envolvidos que são velhos conhecidos dos investigadores, suspeitas de envolvimento do escritório de advocacia da primeira-dama. O que não pode ocorrer é a contaminação política.

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