A intervenção no Rio de Janeiro está servindo de bote salva-vidas para o governo Temer. Basta observar as expressões de seus principais conselheiros políticos para identificar aquele ar satisfeito de “estamos de volta ao jogo”.

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Para Michel Temer e seu grupo do PMDB abraçar a causa da segurança pública a oito meses das eleições presidenciais significa um fôlego, depois de amargar tanto tempo no brete de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República e de uma pauta impopular como a reforma da Previdência. É por isso que o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) não descarta a hipótese de Temer concorrer à reeleição.

Os peemedebistas mais empolgados acreditam que o presidente tenha condições de recuperar popularidade e assumir a candidatura para defender o próprio legado. Se ele não se viabilizar eleitoralmente – o que é o mais provável – ao menos ganha fôlego para negociar alianças. Do jeito que está hoje, com popularidade pífia, Temer é considerado um aliado tóxico. Ao mesmo tempo, a bandeira da segurança é uma jogada de alto risco. Sem planejamento para essas ações no Rio e com orçamento curto é difícil vislumbrar sucesso no curto prazo.

Gato escaldado

O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), chegou a consultar a bancada, mas os parlamentares sondados não toparam assumir o Ministério do Trabalho. E depois do desgaste de Cristiane Brasil (RJ), os deputados ficaram escaldados.

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Protagonismo

Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) não gostaram da pauta econômica que o governo anunciou, como se fosse um prato feito do Ministério da Fazenda para o Congresso. Isso porque boa parte das medidas já tramita em uma das Casas.

Passeio

Prefeitos e vereadores tomaram conta dos gabinetes de deputados no início desta semana, em Brasília. Eles desembarcam na capital federal em busca de emendas. Há uma lógica para a presença dos prefeitos, que estão em busca de recursos. Mas o que vereadores estão fazendo, mesmo, tão longe de casa?

FRASE

“Se cabem buscas e apreensões gerais nas favelas do Rio, cabem também nos gabinetes do Congresso. Alias, as evidências existentes colocam suspeitas muito maiores sobre o Congresso, proporcionalmente, do que sobre moradores das favelas, estes inocentes na sua grande maioria.” 

Do coordenador da Força Tarefa da Lava-Jato, Procurador Deltan Dallagnol ao comentar os mandados de busca e apreensão coletivos defendidos pela União para as operações no Rio de Janeiro.

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