O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), volta a Brasília pela primeira vez depois das eleições. Ele tem reuniões no Congresso e um encontro com o presidente Michel Temer. Embora seja parlamentar com anos de Casa, são grandes as dúvidas sobre as futuras relações dele com a Câmara e com o Senado. O parlamento que saiu das urnas é favorável, de uma maneira geral, a Bolsonaro, mas o novo presidente terá que colocar na rua uma articulação política eficiente para conseguir emplacar a votação da pauta econômica. No discurso, deputados que representam corporações – como policiais e militares – apoiam o presidente. Mas será que na hora de votar o fim de privilégios continuarão com a mesma sintonia? O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, já deixou claro que defende uma reforma da Previdência para valer e o fim das desonerações. Os dois assuntos sempre foram delicados para o parlamento. Deputados novatos apostam que, a partir de janeiro, o presidente irá usar e abusar da alta popularidade e das redes sociais para pressionar o legislativo. Vale lembrar que a chamada lua de mel com o eleitorado dura quase sempre apenas seis meses.
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Coração Valente
A transição começa na prática nesta segunda-feira, com a publicação no Diário Oficial na nova equipe e do nome do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como coordenador do grupo de Bolsonaro e ministro extraordinário. Onyx confirmou à coluna que já falou com o suplente, o ex-jogador de futebol Washington, o Coração Valente, que hoje deve desembarcar em Brasília para assumir o mandato na Câmara até o fim do ano. Ex-jogador de futebol, ele atuava como técnico e mora em Sergipe.
Amarga missão
Os deputados catarinenses da base do governo estão divididos sobre a intenção de Bolsonaro de votar a reforma da Previdência ainda em 2018. Há quem defenda a urgência do tema para ser o legado do presidente Michel Temer. Outro grupo, porém, tenta fugir ao dizer que são os novos congressistas quem têm legitimidade para votar o assunto. E especial que não se reelegeu prefere deixar a amarga missão para os colegas em 2019.
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Liberais
Um grupo de deputados reeleitos e novatos, que resolveu assumir a agenda liberal, reúne-se nesta segunda-feira em São Paulo com empresários e representantes do setor financeiro para discutir a pauta econômica e política. Três parlamentares do PSL de Santa Catarina fazem parte do time: Daniel Freitas, Caroline de Toni e Fabio Schiochet. Uma pauta de reivindicações deverá ser encaminhada ao novo governo.
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