Depois do impacto da greve dos caminhoneiros, governo e parlamentares aliados afinam o discurso: é preciso uma nova política de preços para os combustíveis. O grande problema é o espaço fiscal apertado, limitando a possibilidade de novos subsídios. A ideia em estudo é a de que os reajustes não sejam diários e que se limitem a uma vez por mês, por exemplo. Uma conta que cedo ou tarde vai voltar a cair no colo da Petrobras.
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O ministro Moreira Franco (Minas e Energia) defende que os Estados entrem na negociação, abrindo mão de ICMS. É fazer graça com chapéu alheio. Há Estados com dificuldade de pagar em dia o salário dos servidores e não tem folga para abrir mão de arrecadação. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro Raul Jungmann (Segurança) reconheceu, no entanto, que não há como fugir desse debate e que uma saída terá de ser encontrada para os preços da gasolina e do gás de cozinha. Mais uma vez, o resumo da ópera é: quem vai pagar a conta?
CRITÉRIO
O deputado Esperidião Amin (PP-SC) apresentou uma emenda à medida provisória que autoriza o governo a subsidiar parte dos custos dos produtores e importadores de óleo diesel, limitando o benefício a caminhoneiros e ônibus. Com isso, carros de luxo movidos a diesel ficariam de fora dessa política de preços.
VALE A PENA
A Câmara deve debater em uma comissão geral as vantagens e desvantagens das renúncias fiscais. No total, o Brasil compromete R$ 287 bilhões com os benefícios. O secretário da Receita, Jorge Rachid, tem comentado com parlamentares que esse valor poderia ser cortado pela metade.
PACOTE
O candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, tem conversado com PSB sobre a possibilidade de uma aliança nacional. O mapa da situação dos dois partidos nos Estados é analisado durante essas negociações e pode fazer parte de um pacote.
JUROS
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Apesar da proposta da bancada ruralista catarinense para reduzir os juros do Plano Safra ao grande produtor para 5% ao ano, a expectativa do mercado agrícola é que a taxa fique em 7%. Atualmente, a taxal chega a 8,5%. O deputado Valdir Colatto (MDB-SC) afirma que ainda não recebeu resposta do governo federal sobre a possibilidade de um percentual menor.
FRASE
“Vejo gente preocupada em perder voto por estar do lado do governo. Mas que voto? Quantos votos tem o Meirelles?”,
Do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) ao comentar entrevista em que o ex-ministro da Fazenda afirma não querer ficar preso a rótulos.