Os corruptos de Brasília continuam ousados. Depois de quatro anos de Lava-Jato, delações, prisões de empresários e políticos, esquemas de desvio de dinheiro público continuam a ser montados bem debaixo do nariz dos órgãos de fiscalização. É o caso das fraudes envolvendo empresas de informática.
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Firmas fantasmas foram criadas para o superfaturamento de serviços. Nos ministérios, funcionários indicados por políticos cuidavam dos contratos, assegurando os desvios. Quando fez um pente-fino nos contratos, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou pelo menos 20 fragilidades nas contratações da União na área de Tecnologia da Informação.
Além dos desvios, há queixas contra o funcionamento dos sistemas. Prefeitos, que precisam acessar os programas para protocolar projetos e ter acesso a informações, reclamam da péssima qualidade dos serviços. É a mistura da falta de gestão com crime que faz com que a máquina pública não funcione.
SUPERSALÁRIOS
Aprovado pelo Senado, o projeto que limita os supersalários do funcionalismo está na Câmara há um ano e oito meses sem definições. Engavetado em uma comissão especial, o texto só deve ser analisado em plenário depois das eleições. Deputados têm recebido ligações de entidades que representam os servidores, pressionando para não votarem o tema. Ontem, o deputado Rôney Memer (PP-DF) fazia lobby para que não houvesse quórum na comissão.
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CARAVANA
A caravana catarinense que vai a Brasília no dia 15 para o registro da candidatura de Lula conta com 500 pessoas, entre militantes e lideranças do PT e de movimentos sociais. A programação na capital federal ainda não está fechada, mas a ideia é fazer uma concentração na Esplanada dos Ministérios e depois seguir para o Tribunal Superior Eleitoral, onde o registro será feito.
FRASE
Você tem a necessidade de estabelecer a autoria, digamos assim, intelectual. (…) Já foram citados políticos, já foram citados membros de milícias e agente públicos também. Apenas o que dificulta é a necessidade de você fazer a comprovação de tudo isso.
Raul Jungmann, ministro da Segurança, ao falar da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista que estava com ela, Anderson Pedro Gomes.