O vazio na liderança da crise do coronavírus culminou em uma guerra política entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores que estão de olho nas eleições de 2022.  

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É com atraso que o governo federal anuncia a criação de um órgão para disciplinar fechamento de divisas e aeroportos. E isso só acontece porque o governador do Rio, Wilson Witzel, determinou a suspensão de voos em aeroportos fluminenses.

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Desta vez, o presidente da República tem razão em reclamar que essa é uma competência da União e que barreiras podem atrapalhar também o transporte de produtos e equipamentos importantes para esse momento de crise. Mas por que ainda não existe um planejamento sobre esse assunto em Brasília?  

O Ministério da Saúde vem trabalhando com vários cenários para o coronavírus desde janeiro, a doença vem se espalhando por diferentes países e o Planalto não orientou Estados e municípios sobre o trânsito. Também o Ministério da Economia precisa com urgência de um novo plano de voo mais claro. Tanto para a crise no curto prazo, quanto para enfrentar a erosão da economia, que se avizinha. 

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Aliás, Bolsonaro só abriu os olhos para a gravidade do problema nos últimos dois dias, depois que os panelaços voltaram a tomar conta das noites brasileiras. Nesta sexta-feira (20), ele participou de reuniões com empresários, entrevistas e chegou a dizer que sempre esteve aberto aos governadores. Mas pisou na bola quando justificou a não divulgação dos próprios exames, dizendo que uma "gripezinha" não o derruba.   

A população não tem nada a ganhar com uma guerra por protagonismo político em meio a uma pandemia. 

Alerta

Servidores do INSS reclamam que não têm condições de prestar serviço nas agências da Instituição porque faltam máscaras E álcool gel. Essa é uma área que está abandonada pelo governo Federal há bastante tempo. Antes mesmo da crise do coronavírus, já havia o problema das filas na concessão dos benefícios.