Sem muito dinheiro e reféns de uma campanha curta, os presidenciáveis fazem os últimos ajustes em seus programas de TV para estrear na próxima sexta-feira. Na eleição mais inusitada dos últimos tempos, resiste ainda a dúvida sobre o peso da telinha na decisão do eleitor. Afinal, quem resiste à tentação de trocar de canal quando a sequência de promessas invade a sala? Nos cenários sem Lula, os candidatos com o melhor desempenho contam com um tempo pífio de televisão. É o caso de Jair Bolsonaro (PSL), com 8 segundos, e Marina Silva (Rede), com 21 segundos. No outro extremo, está Geraldo Alckmin (PSDB), que patina nas intenções de voto, mas é dono de um latifúndio de 5 minutos e 32 segundos.
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A TV mostrará se valeu a pena para Alckmin a aliança com o Centrão, o chamado símbolo de “tudo que está aí”. Até agora, o tucano teve que dar explicações em todos os debates e entrevistas sobre esse casamento, mas aposta que a exposição da campanha compensará. Na sequência, PT e Henrique Meirelles (MDB) têm tempos intermediários. Os petistas terão 2 minutos e 23 segundos por bloco para convencer o eleitor que Fernando Haddad não se chama Andrade (como passou a ser identificado em regiões mais afastadas) e pode substituir Lula na cabeça de chapa. Meirelles ficou com 1 minuto e 55 segundos para tentar descongelar da faixa de 1% de votos. No bloco do “Meu nome é Enéas”, Bolsonaro e Marina terão que fazer milagre em poucos segundos e apostarão bem mais nas redes sociais.
Neste ano há outra peculiaridade: apenas 35 dias de jingles e imagens ufanistas. Com pouco ou muito tempo, os presidenciáveis ainda estão devendo aos eleitores propostas mais claras sobre como tirar o país da crise. Lances folclóricos e jogadas de marqueteiros podem até enganar, mas não administram um país.
Troca de gentilezas
Avessa aos holofotes desde a morte do marido Eduardo Campos (PSB), Renata Campos participou de um evento de campanha, em Recife, ao lado de Manuela D’Ávila (PCdoB), possível vice na chapa petista. Foi em Pernambuco que o PT sacrificou o futuro político da jovem Marília Arraes em troca do apoio à candidatura do PSB ao governo do Estado.
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Transição
O ministro Eliseu Padilha ainda não confirma oficialmente que ficará responsável pela transição para o novo inquilino do Planalto, mas disse à coluna que o processo será tranquilo e transparente. Como a Casa Civil concentra informações dos principais programas da Esplanada, os dados começarão a ser levantados junto aos ministérios para serem repassados ao futuro presidente.
Frase
Passados seis meses, apesar do trabalho intenso de seus responsáveis, da aprovação do povo e de estatísticas que demonstram a diminuição dos níveis de criminalidade, o componente militar é, aparentemente o único a engajar-se na missão.
Eduardo Villas Bôas,
General comandante do Exército brasileiro ao comentar a intervenção militar no Rio de Janeiro.