O Congresso poderia ter encerrado 2019 sem o desgaste da discussão envolvendo o aumento do fundo eleitoral. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconhece que o valor precisa ser reduzido, de R$ 3,8 bilhões para R$ 2,5 bilhões. Mesmo assim, haverá um aumento de R$ 500 milhões em cima do previsto inicialmente pelo governo para o ano que vem.
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Quem quer a manutenção de algum reajuste são os caciques dos partidos, descolados da realidade do ajuste fiscal em todo o país. Pressionados em suas bases eleitorais, deputados já identificaram que há mais prejuízo político do que ganhos na defesa desse aumento. Por isso, cresce o movimento para que o voto seja nominal.
Por tradição, a votação do orçamento geral é por acordo. Mas, no caso do fundão, quem defende a retirada de dinheiro da educação e da saúde para financiar campanha precisa mostrar a cara.
E é bom que fique claro: a discussão não é se o financiamento será público ou privado, isso já foi definido. A democracia tem um preço e a verba sai do Tesouro. O que não se admite é o abuso.
Desceu do muro
Para analisar em plenário o pacote anticrime, senadores colocaram o ministro da Justiça contra a parede. Como Sergio Moro estava reclamando que a proposta havia sido desidratada na Câmara, eles exigiram uma posição pública do ex-juiz: votar a favor, contra ou condenar o texto? Para não fechar o ano de mãos abanando, Moro mandou votar.
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